As instalações precárias e a falta de políticas de prevenção explicam, para alguns, a sucessão de chamas pelas moradias mais populares. Esta semana, Manaus mostrou que não está preparada para esse tipo de catástrofe, como aconteceu na comunidade Arthur Bernades, no bairro São Jorge, zona oeste da cidade, onde mais de 500 famílias foram atingidas pelo incêndio.
No mesmo dia, falei com o prefeito eleito Arthur Virgílio Neto e ele garantiu que irá preparar a cidade para esse tipo de situação. É louvável e correta a iniciativa tomada pelo governador Omar Aziz e pela primeira-dama Nejmi Aziz em dar apoio às famílias.
No entanto, é preciso que os governos comecem a ter políticas públicas de prevenção de incêndios, fazendo o levantamento das vulnerabilidades de todas essas comunidades e também das áreas de preservação ambiental.
É preciso monitoramento e fiscalização nessas comunidades. No caso da comunidade Arthur Bernardes, a área por si só já representava um grande perigo. O lugar não é digno de moradia. Não se pode viver com um amontoado de casas de madeiras daquele jeito. Manaus precisa mudar esse cenário.
Incêndios, como se sabe, têm uma ação devastadora sobre o meio ambiente, podendo comprometê-lo de forma, às vezes, irreversível. Quando menos, provocam perda da biodiversidade.
Ausência de câmaras de monitoramento e, sobretudo, de um contingente maior de policiais para garantir a segurança e de fiscais para coibir o uso de fogueiras, bem como um processo educativo massivo das populações, até mesmo quanto ao uso de cigarro ou outros meios caseiros que possibilitem a combustão, esses são alguns dos problemas que precisam ser resolvidos. Tenho certeza que se isto for feito, ninguém vai correr riscos e poderemos reduzir os incidentes de incêndio na cidade.
Infelizmente, só se fala em incêndios quando há fogos graves. E na nossa região, com o nosso clima, se não houver medidas de prevenção continuadas durante todo o ano, durante vários anos, isso é inevitável. No entanto, o que aconteceu na comunidade Arthur Bernardes foi uma fatalidade. Por isso, não podemos culpar ninguém, mas podemos tentar reverter a situação e evitar que esse tipo de incidente aconteça.
Deputado Arthur Bisneto