Apesar da crise diplomática que levou a Venezuela a viver em permanente onda de conflitos entre manifestantes e simpatizantes do governo de Nicolás Maduro nas últimas semanas, a presidente Dilma Rousseff insiste em apoiar o sucessor de Hugo Chávez. O Brasil votou contra o envio de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) ao país e se opôs a uma reunião de chanceleres para analisar a situação.“Impedir que uma reunião da OEA aconteça com chanceleres para a análise da situação da Venezuela é uma demonstração clara do desejo de fragilizá-la, típico de quem não tolera debater com posições contrárias”, avaliou o presidente da comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG).
A justificativa do Itamaraty é de que uma intervenção da OEA neste momento seria inoportuna e poderia acirrar as tensões, já que os Estados Unidos fazem parte do grupo. As informações são de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo (8).
Relutância
Segundo o parlamentar, a relutância do Brasil em se pronunciar sobre a crise poderia ser interpretada como condescendência da gestão com as práticas pouco democráticas adotadas por Maduro.
“Um governo seguro de suas ações não se constrangeria com observadores internacionais, que poderiam inclusive favorecer a um entendimento”, disse.
Isolamento
Para o deputado federal Emanuel Fernandes (PSDB-SP), o alinhamento das administrações petistas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff a governos totalitários reflete um aparelhamento ideológico da máquina estatal e causa isolamento frente a outras nações.
“Cada vez mais isolado no cenário internacional, o atual governo vem elegendo como parceiros preferenciais países periféricos alinhados ideologicamente com o PT. Como explicar a aproximação desde a Era Lula com o ex-presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad?”, reagiu.
“As consequências são as mais danosas possíveis. Em 2013, a balança comercial brasileira registrou o pior resultado para um ano fechado desde 2000. É óbvio que temos questões de conjuntura para um saldo tão ruim, mas nossas relações internacionais influíram sim nessa conta”, acrescentou.