De um total de 136 obras prometidas para o reforço da rede elétrica das cidades que receberão jogos da Copa do Mundo e que deveriam estar prontas até dezembro, somente 91 estão concluídas. As informações foram divulgadas no domingo (9) pelo jornal Folha de S. Paulo. As informações são baseadas em um relatório produzido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A expectativa da Aneel é que 29 das obras restantes sejam concluídas somente nos meses de abril e maio, às vésperas da Copa do Mundo, cujo início é 12 de junho, comprometendo a segurança energética nas cidades-sede do torneio.
O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) considera a situação “inadmissível”, recordando que o Brasil teve um “bom tempo” para se preparar para a Copa do Mundo.
“O Brasil foi anunciado como sede da Copa em 2007. Ou seja, houve sete anos para preparação. E ainda assim vemos esse improviso aparecendo de última hora. Parece uma coisa proposital, feita intencionalmente para demorar, para que aí outras obras possam ser contratadas sem licitação e os outros controles necessários”, disse.
O parlamentar pediu que órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) mantenham atenção redobrada sobre os custos.
Atrasos
A demora para a conclusão das obras de energia supera a avaliação da Aneel, feita em setembro de 2013. Na ocasião, o porcentual de obras que descumpria o cronograma era de 26%.
Gomes de Matos destaca que os problemas com a estrutura energética somam-se aos identificados em outras áreas, como os aeroportos e a mobilidade urbana.
“É um atraso que se manifesta em todos os segmentos possíveis. Resultado de um governo mais preocupado em fazer manobras do que em entregar resultados”, disse Gomes de Matos.