O brasileiro destina cerca de dois meses de sua renda anual apenas para o pagamento de juros. Os dados estão em pesquisa elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) e foram divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo no domingo (9). O levantamento revelou que as pessoas físicas gastaram R$ 233 bilhões em juros em 2013. O montante corresponde a 14,4% dos ganhos obtidos no período – incluídos aí salários, lucros com aluguéis e rendimentos de aplicações financeiras. São necessários, segundo a pesquisa, 52,5 dias do ano para a quitação desses débitos.
O secretário-geral do PSDB, deputado federal Mendes Thame (SP), afirmou que o quadro é uma demonstração do erro que os governos petistas cometeram ao insistir no crescimento da economia por meio do estímulo desenfreado do consumo.
“O Brasil nunca esteve tão endividado quanto está atualmente. O fato de os trabalhadores terem que destinar cerca de um sexto do ano para o pagamento de juros impressiona e revela que torna-se muito difícil para que uma pessoa forme poupança, faça investimentos e recupere seu poder de compra”, afirmou o parlamentar.
Thame acrescentou que o estímulo ao consumo é uma medida importante em tempos específicos de crise, quando há ameaça de declínio no Produto Interno Bruto (PIB). Mas quando a situação é normalizada, é mais indicado que o governo opte por privilegiar os gastos em infraestrutura e na constituição de reservas.
“Porém, esse é um quadro impossível quando estamos falando de um governo marcado pela gastança e pela obesidade na máquina pública. É difícil que tenhamos uma modificação deste panorama”, sintetizou ele.
