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Aécio Neves: A morte de Sérgio Guerra gera perdas à política brasileira como um todo

7 de março de 2014
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IMG_9253Recife (PE) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira (7), no Recife (PE), ao chegar à capital pernambucana para o velório e as últimas homenagens ao presidente do Instituto Teotonio Vilela (ITV) e do diretório regional do partido em Pernambuco, o deputado federal Sérgio Guerra. O tucano morreu ontem (6), pela manhã, em São Paulo. Ele lutava contra um câncer e seu estado de saúde se agravou devido a uma pneumonia. A seguir, a entrevista de Aécio Neves.

Qual o sentimento para o partido com a ausência de Sérgio Guerra?
De  enorme  perda,  certamente  muito  especial  para  o  PSDB,  que  perde um  dos  seus  principais  líderes,  um  homem  que  pensava  o  Brasil  na dimensão  necessária.  Tinha,  em  relação  ao  Nordeste,  uma  preocupação e  uma  formulação  muito  própria,  que  nos  estimulava  a  mergulharmos, permanentemente, na busca da diminuição das enormes diferenças que ainda aviltam, envergonham os brasileiros.

Mas perde a política brasileira como um todo. Sérgio Guerra teve uma carreira de  absoluta  coerência  em  relação  aquilo  que  pensava  ser  importante  para  o Brasil, e tinha uma  característica que eu prezo e admiro e muito nos homens públicos, que é o destemor, a coragem para ir em frente, e uma capacidade de aglutinação, de convergência extremamente grande. Eu, pessoalmente, perco um dos meus mais queridos amigos. Fará uma falta enorme  nessa  construção que  ora  se  inicia,  mas  vamos  continuar  em  frente, em  nome  do  Sérgio,  em  nome  dos  seus  valores,  em  nome  dos  seus  ideais.  Hoje  é  um  dia  muito  doloroso  para  todos  nós  que  convivemos  com  ele,  em especial para os que tiveram o privilégio de, mais de perto, usufruir das luzes e da inspiração do meu companheiro, irmão Sérgio Guerra.

A ausência dele muda muita coisa na política de alianças em Pernambuco, na relação com o PSB?
Eu  vou  evitar  hoje,  e  vocês  vão  me  compreender,  falar  de  política.  Mas  nós sempre  estaremos  honrando os compromissos  de  Sérgio.  Hoje  é  apenas  o dia da  saudade, o dia das  reverências. Estão aqui homens públicos do Brasil inteiro,  demonstrando  a  enorme  dimensão  de  Sérgio  Guerra.  Não  é  hora  de falar de política.
Uma mensagem à região Mata Norte, onde Sérgio Guerra era muito querido.
Um  abraço  muito  carinhoso  aos  amigos  da  Mata  Norte.  Sei  do  carinho  que o  Sérgio  tinha  por  essa  região,  e  vamos  continuar  trabalhando  juntos  pelo desenvolvimento de toda a região, e da Mata Norte em especial.

Sobre o ex-deputado Sérgio Guerra
Um  dia  muito  triste.  Triste  para  a  política  brasileira,  que  perde  um  dos  seus quadros  mais  qualificados.  Sérgio  Guerra  tinha  três  características  raras  nos homens  públicos  de  hoje.  Um  homem  altamente  culto;  idealista,  lutava  por aquilo em que acreditava; e corajoso. Era destemido. Não enfrentava qualquer um  apenas  por  enfrentar,  e  sim  aqueles  que  achava  que  o  enfrentamento ajudaria  a melhorar  o Brasil. Sérgio teve  uma  vida  retilínea,  coerente. E  para nós que convivemos com ele muito de perto essa perda é muito maior. Tive em Sérgio Guerra um dos meus mais queridos amigos ao longo de todos esses últimos anos. Se sou hoje presidente nacional do PSDB é pela mão de Sérgio  Guerra,  que,  terminando  mais  um  mandato,  achava  que  aquela  era  a hora  da  sucessão. Veio  para trabalhar  ao meu  lado  como  presidente  do ITV. Por  aí  você  pode  imaginar  a  falta  que  ele  fará  às  oposições,  em  especial;  a mim,  pessoalmente,  de  forma  muito  profunda;  mas,  como  disse,  à  política brasileira, que perde um dos seus mais dignos e corretos homens públicos. Para todos  nós,  que formulamos  um  projeto  para  o Brasil,  a  perda  de Sérgio Guerra é enorme. E Sérgio tinha um foco muito claro em todas as discussões programáticas  que  tivemos  até  aqui  em  relação  ao  Nordeste.  Essa  é  talvez a  maior  das  homenagens  que  eu  pessoalmente  posso,  o  PSDB  também, as  oposições,  fazer  a  ele.  Tratar  a  questão  da  inclusão,  da  diminuição  das diferenças  sociais  de  forma  cada  vez  mais  clara.  Esse  será  um  dos  nortes, essa  será  uma  das  prioridades  absolutas,  no  momento  em  que  o  PSDB apresentar ao Brasil a sua proposta. A forma de honrá-lo é mantendo vivos os seus ideais, a sua disposição e a sua coragem de mudar o Brasil.

Sobre tratamento médico do ex-deputado.
Até  10  dias  atrás  estávamos  confiando  na  recuperação  dele.  Ele  superava mais  uma  etapa  da  sua  doença,  e  no momento  em  que  já  estava  nos  dando expectativas, perspectivas de mais uma etapa de recuperação, ele foi atingido por um novo vírus, por um fungo que, infelizmente, tomou conta de um corpo extremamente  debilitado.  Mas  foi  um  lutador.  Não  queiram  saber  com  que coragem  ele  enfrentou  cada  instante  desse  tratamento.  As  recaídas,  as recuperações,  foi  um  calvário.  Calvário  que  apenas  os  fortes  conseguem enfrentar.

Quando foi a última vez que o Sr. falou com ele?
Quinze dias atrás falando com ele, mas com a família até três dias atrás.

O Sr. se recorda a última conversa com ele?
Tive  tantas.  Já  era  um  pouco  mais  na  recuperação.  Ele  teve  uma  outra inflamação  na  membrana  do  cérebro  e  estava  lutando,  mas  acreditando que  se  recuperaria.  Participou  da  reunião  da  Executiva  Nacional,  falando, com  ideias,  com  proposições,  achava  que  era  hora  de  botarmos  o  bloco  na rua.  Infelizmente,  vamos  colocá-lo  sem  a  presença  de  um  dos  seus  maiores inspiradores, que é o companheiro Sérgio Guerra.

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