O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, afirmou, nesta sexta-feira (5), em
Foto: Orlando Brito
“Ela [a presidente] desautorizou o ministro da Fazenda de uma forma, a meu ver, inusitada. Equipe econômica você mantém ou substitui. Você não anuncia que vai substituir daqui a quatro meses, porque nenhuma das negociações, nenhum dos entendimentos que eles tiverem que conduzir passa a ter credibilidade depois desse anúncio”, ressaltou.
Para Aécio, a equipe econômica é necessária “para sinalizar de forma clara em que direção avança”. Ele acrescentou, porém, que Dilma não passará pelo constrangimento de substituir a equipe atual. “Eu quero tranquilizar a presidente dizendo que ela não precisará passar por esse constrangimento, porque ela não vencerá as eleições.” Confiança O candidato ressaltou que está confiante de que vencerá as eleições e assumiu o compromisso de nomear, para todas as áreas de seu governo, “o que o Brasil tem de melhor”.
Segundo o candidato à Presidência, há uma clara diferença entre os compromissos firmados por ele e os da atual presidente. “Eu anunciei que, se eleito, nomearei o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga como ministro da Economia. A presidente anuncia o seu ex-ministro da economia.” Essas afirmações foram feitas durante entrevista coletiva ao chegar à 37ª Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), em Esteio. Aécio Neves ficou três horas no local.
Acompanhado pela candidata ao governo do Rio Grande do Sul Ana Amélia Lemos e pela candidata ao Senado Simone Leite, entre outros aliados, ele conversou com representantes do agronegócio, visitou a feira de agricultura familiar, percorreu área de exposição de gado e cavalos e concedeu entrevista a duas emissoras de rádio. Durante todo o tempo, recebeu cumprimentos e tirou fotos com eleitores.
Contradições
Questionado sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, Aécio afirmou que é a favor da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que equiparou a união homoafetiva à união estável. Ele lembrou que a candidata a presidente do PSB, Marina Silva, recuou em relação ao tema, após receber críticas. Aécio reafirmou que respeita Marina Silva, mas que vê muitas incoerências na trajetória política da adversária, construída essencialmente a partir de sua militância de mais de 20 anos no PT, “como vereadora do PT, deputada estadual do PT, senadora do PT”.
O candidato à Presidência ressaltou que avanços são bem-vindos, mas chamou a atenção para o vaivém de opiniões de Marina Silva, a exemplo do que ocorreu em relação à união homoafetiva. “Isso de na sexta-feira ter uma posição e depois de sofrer uma pressão ter uma outra é algo que as pessoas precisam ver com enorme atenção”.
Para Aécio, Marina Silva representa o segundo Partido dos Trabalhadores. “Existe o PT 1, que fracassou com a Dilma. E tem gente querendo votar com o PT 2. Nós somos oposição a tudo isso que está aí e vamos vencer as eleições.” Como exemplos da incoerência da adversária, Aécio citou a oposição do PT ao Plano Real, que estabilizou a economia e gerou distribuição de renda, e à Lei de Responsabilidade Fiscal. “Eu não faço ataques pessoais. Acho apenas que, no momento em que o Brasil vai tomar uma decisão tão importante para o seu futuro, é importante que cada candidato mostre claramente quais são as suas convicções”, afirmou Aécio.
“A Marina que se coloca hoje é a que apoia o agronegócio, como nós sempre apoiamos porque compreendemos que ele é um instrumento valioso para a geração de empregos e de renda, ou é a Marina que em 1999 apresentou um projeto proibindo a plantação de transgênicos no Brasil por cinco anos? Então, é preciso que cada um mostre claramente quais são suas reais convicções, as minhas não mudam ao sabor das circunstâncias.”
