Parlamentares do PSDB reiteraram nesta segunda-feira (24) a necessidade da reforma tributária. Os tucanos lamentaram a escalada da inflação. De acordo com o boletim Focus divulgado hoje pelo Banco Central, a previsão dos economistas para o IPCA de 2014 avançou para 6,28% – acima da meta de 4,5% e bem próximo do teto: 6,5%. É a terceira semana consecutiva em que os analistas elevam as expectativas em torno da inflação.
Os deputados federais Luiz Carlos Hauly (PR) e Raimundo Gomes de Matos (CE), ambos do PSDB, disseram que o principal problema está na gestão. Segundo eles, por ausência de ações corretas, o país chegou a um patamar preocupante, no qual o crescimento estimado para 2014 não passa de 1,7%. A demora da reforma tributária e uma série de erros na política econômica, além de problemas com o planejamento e a execução de projetos, resultaram em cenário pessimista.
“A presidente perdeu as rédeas, está sem o controle. Se diz que não tem inflação é porque ela não vai ao supermercado. Todos os dias a gente observa os produtos aumentando de preço, o que gera uma instabilidade. Perdemos uma década na qual poderíamos ter feito as reformas estruturantes, como a tributária”, afirmou Gomes de Matos.
Descontrole
Para Gomes de Matos, as ações do Planalto estão, geralmente, na contramão do necessário. Enquanto o controle da inflação exige corte de gastos, o governo aumenta a máquina. Se é preciso ampliar a infraestrutura para alavancar o crescimento, o governo gera entraves com obras paradas e dispendiosas.
“É como estão fazendo com essa questão da energia. Para sanar os problemas, vão na contramão do que a população necessita e aumentam ainda mais os impostos. O PT sempre diz uma coisa e faz outra”, criticou ele.
Na avaliação de Hauly, o governo perde tempo se defendendo de denúncias de corrupção e deixa em segundo plano a condução financeira do país. “A execução de obras vai mal, o orçamento e as contas externas também, então isso só poderia resultar na perda do controle da inflação. É lamentável, pois esse governo está agonizando. Isso acaba afetando a inflação, pois os agentes do governo não trabalham como deveriam”, disse .
Para o tucano, a situação pode ser ainda pior do que se tem conhecimento. Isso porque, segundo ele, os números do Tesouro são falhos e inconsistentes. Há, em sua opinião, muita maquiagem nos números oficiais. “A questão da inflação, essa inconsistência dos números, a fraqueza que o governo tem mostrado em sua política econômica, a volta dos juros altos, tudo tem afetado essa inflação quase fora da meta”, alertou.
Oscilações
Nos últimos quatro anos, a inflação oscilou perto de 6%. Em 2010, somou 5,91%, passando para 6,50% em 2011, 5,84% em 2012 e 5,91% no último ano. Na tentativa de fazer com que a reforma tributária saia da promessa, um grupo de trabalho foi instalado recentemente na Câmara para sugerir e monitorar propostas que já tramitam na Casa com o objetivo de desonerar cidadãos e empresas. O deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) é o presidente do grupo.