Brasília (DF) – O ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, principais delatores do escândalo de corrupção da Petrobras, acusaram o atual diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza, de receber “comissões” de empreiteiras ligadas à companhia. A acusação foi revelada em um interrogatório feito pelo delegado da Polícia Federal, Agnaldo Mendonça Alves, com um dos executivos presos na última sexta-feira (14).
Reportagem da Folha de S.Paulo desta terça-feira (18) informou que Cosenza, substituto de Costa na diretoria da estatal, participou ontem, ao lado da presidente da Petrobras, Graça Foster, de uma conferência promovida pela empresa para divulgação de dados operacionais do terceiro semestre de 2014.
Segundo o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP), o momento é de “profunda apuração”. “A sociedade brasileira atingiu um grau de indignação e estarrecimento nunca antes visto. Urge a necessidade de aprofundar o processo de investigação e, havendo a materialidade de prova, o julgamento e a imediata condenação de todos os envolvidos”, afirmou.
Questão endêmica
O tucano lamentou a frequência de escândalos envolvendo, mais uma vez, a maior estatal brasileira. “Se fosse um fato pontual ou residual, mas a sensação é que se trata de uma questão endêmica. É um conjunto de denúncias de uma gestão – tanto a atual quanto a anterior – movida à corrupção”, enfatizou.
Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa da Petrobras informou que Cosenza “negou veementemente as imputações de que tenha recebido ‘comissões’ de empreiteiras contratadas pela Petrobras, ao tempo que reafirma que jamais teve contato com Alberto Youssef”.
