
“É necessária uma radicalização da democracia. E isso implica uma revisão do Estado, porque esse Estado não é democrático. É autoritário. Há eleições, há liberdade de expressão, mas o processo de tomada de decisão se faz à margem do Congresso e da sociedade”, afirmou.
As afirmações ocorreram durante discussões sobre os 20 anos do Plano Real. Do seminário participaram os principais idealizadores do plano e alguns dos economistas mais renomados do país. Cerca de 250 pessoas compareceram ao debate.
“O Congresso perdeu sua voz política e agora está dizendo eu existo”, disse o ex-presidente, questionado sobre a crise na base aliada do governo. “Não temos coalizão. O que temos é cooptação. Não estão brigando por um projeto, mas por espaço. O resultado é o esvaziamento da agenda pública”, sustentou. “A agenda voltou a ser como no regime militar: projetos de impacto, feitos dentro do gabinete para surpreender a sociedade”, concluiu FHC.
O ex-presidente afirmou ainda que queria convidar os presentes a “transformar em prática o que ouvimos aqui”. “É falsa a ideia de que não há alternativas. Já tem outro caminho. É preciso simplesmente que cada um esteja imbuído dele. Tem que ter convicção, sobretudo a liderança política. Quando não tem convicção não passa nada”, encerrou.