Brasília (DF) – Os brasileiros deverão se preparar para pagar uma fatura pesada em impostos a partir de 2015, se for confirmada a previsão de tarifaço. A conta virá por meio dos reajustes dos preços represados da energia elétrica e dos combustíveis e pode variar entre 0,5% e 1% do Produto Interno Bruto (PIB), algo entre R$ 23 bilhões e R$ 46 bilhões. Na pior das hipóteses, o desembolso equivalerá a quase o dobro dos R$ 25 bilhões gastos por ano com o Bolsa Família.
As informações estão publicadas na edição desta segunda-feira (5) do Correio Braziliense.
Esses números foram apresentados por representantes do governo a Tony Volpon, economista-chefe de Pesquisas para Mercados Emergentes da Nomura Securities em Nova York. Ele esteve em Brasília há pouco mais de uma semana e conversou com técnicos do Ministério da Fazenda e do Banco Central. Volpon citou os encontros em um relatório distribuído a clientes da instituição financeira.
No mercado, há quem defenda que a fatura seja repassada à sociedade de uma vez só, mesmo que o impacto no custo de vida seja elevado. É o caso de Armínio Fraga, que analisa que em um primeiro momento, a inflação subiria, mas, logo depois, as expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cairiam, porque os investidores teriam a confiança de que não seriam surpreendidos por políticas artificiais de contenção das tarifas públicas.
Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, é preciso cautela ao avaliar o custo do represamento das tarifas públicas. Segundo ele, repassar, de uma única vez, essa fatura aos consumidores poderá levar o país à recessão. De toda forma, o Brasil terá de se livrar desse fardo, seja quem for o vencedor nas eleições de outubro próximo.