Bruno Araújo lê em plenário pedido de impeachment feito pelo PT

O líder da Oposição na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), leu em plenário pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso datado de 25 de maio de 1999, assinado pelo então líder do PT, José Genoino. Apesar de ser tratado como golpe pelo PT de hoje, o Impeachment era visto como um instituto legítimo pelo PT do passado. Genoino defendia que “o povo brasileiro sempre foi e sempre será a face da esperança da casa própria, enfim a esperança de dias melhores. Exatamente por ser um povo de tanta fé e de tanta esperança é que mais uma vez, incensado pela propaganda acreditou que tínhamos um governo em que se podia confiar. Pois bem, a esperança não morreu, mas se transfere nesse momento para os membros do Congresso Nacional, do qual a nação espera firmeza e imparcialidade para que possamos recuperar a confiança nas instituições. Do exposto denuncia-se o presidente”, citava o então líder.

“Todos sabem por onde anda o ex-presidente Fernando Henrique e por onde andou o ex-deputado José Genoino. Ontem o pedido de impeachment não era golpe e hoje é?”, questionou o Bruno Araújo. O líder da Oposição lembrou que à época, 60 mil pessoas gritavam nas ruas pelo impeachment de FHC e “hoje, 59% da população brasileira é a favor o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A população é golpista então?”, indagou.

O pedido de afastamento de Fernando Henrique foi analisado pelo então deputado Michel Temer, “exímio constitucionalista” e presidente da Câmara naquele momento, que destacou que “em nenhum momento no despacho que indeferiu o pedido de impeachment feito pelo PT alegou ser impossível a investigação de fatos anteriores ao mandato. A peça do PT se embasou em notícia veiculada pela grande mídia que hoje o PT acusa de “mídia golpista”. Ou seja, dois pesos e duas medidas”, avaliou.

Araújo citou ainda trecho de entrevista do ex-presidente Lula onde defendeu o instituto de impeachment: “O povo brasileiro deu a demonstração de que é possível, o mesmo povo que elege um político, destituir esse político. Eu peço a Deus que nunca mais o povo brasileiro esqueça essa lição” e também do ex-ministro Tarso Genro: “A nação brasileira, diante de um presidente apático, inepto e irresponsável, precisa reagir com os instrumentos que a Constituição autoriza, mobilizando todas as energias da sociedade civil na perspectiva da construção de um novo contrato social.” Ele concluiu dizendo que está mais do que provado que o PT do discurso é diferente do PT na prática.

Da assessoria