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CPI da Petrobras: Depoimento de Hage não afasta suspeita de conivência da CGU com Dilma

8 de julho de 2015
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19498363335_2573aa4273_k-300x200Deputados do PSDB que integram a CPI da Petrobras não ficaram satisfeitos com o depoimento do ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) Jorge Hage nesta terça-feira (7), no colegiado. Hage negou que o órgão tenha participado de orquestração para que as apurações sobre irregularidades em contratos entre a Petrobras e empresa holandesa SBM Offshore só viessem à tona após as eleições de 2014, tentando assim beneficiar a reeleição de Dilma Rousseff. Apesar disso, os parlamentares apontam que os fatos deixam clara a conivência do órgão.

Vice-presidente da CPI da Petrobras e autor da convocação do ex-ministro, o deputado Antonio Imbassahy (BA) não ficou convencido com as declarações de Hage e voltou a dizer que houve conluio para protelar o caso. “Realmente foi um momento de infelicidade do ex-ministro. Ele não foi convincente de maneira nenhuma”, concluiu o tucano, logo após ouvir os relatos.

O ex-ministro negou que a CGU tenha protelado investigações por conta do calendário eleitoral. Segundo ele, em fevereiro do ano passado o órgão deu início ao processo de apuração relacionado à SBM Offshore. O ex-ministro admitiu que a Controladoria não utilizou os documentos apresentados pelo advogado Jonathan Taylor e disse, em resposta ao deputado Bruno Covas (SP), que havia indícios de ilicitude na obtenção dos documentos. Segundo ele, Taylor foi acusado pela SBM de tentar extorquir a empresa em 3 milhões de euros para não revelar as informações.

Imbassahy lembrou que, em depoimento à CPI, em Londres, Taylor disse que a SBM pode ter feito pagamentos de mais de US$ 92 milhões em propina em troca de contratos com a Petrobras entre 2003 e 2011, informação repassada por Taylor à CGU no ano passado. O advogado trabalhou durante nove anos na SBM, que alugava plataformas de perfuração para a Petrobras. Segundo Taylor, a CGU deixou de investigar as suspeitas de irregularidades devido às eleições presidenciais de 2014.

Hage disse que em fevereiro (seis meses antes do primeiro contato de Taylor com a CGU) o órgão já havia aberto sindicância. Mas o processo punitivo só foi instaurado em novembro, porque só então havia evidências contundentes. Covas demostrou estranheza com o fato de o relatório prévio da CGU ser transformado na instauração de um processo punitivo cinco dias após ser apresentado, em 17 de novembro, ou seja, depois das eleições. Hage chegou a dizer que Taylor chantageou a SBM para não apresentar os documentos que comprovavam irregularidades.

“Ele tentou de maneira clara desqualificar o depoimento de uma pessoa que foi um importante colaborador da SBM, chegando a ser o advogado número dois da empresa, escolhido para participar de uma auditoria importantíssima com repercussão internacional. Ele tomou como preferência a versão da direção de uma empresa [SBM] que ele próprio chamou de corruptora. É uma coisa estranhíssima. Como se dá crédito a um dirigente de uma empresa corruptora e se desqualifica alguém que está tentando colaborar com as investigações?”, destacou Imbassahy.

Na avaliação do tucano, Hage não teria condições de classificar o advogado Jhonatan Taylor como chantagista ou dizer que ele teria interesses nas eleições brasileiras, como fez durante seu depoimento à CPI. “Como ele pode afirmar isso? Que história é essa? Diz que ele foi processado e não sabe quando foi? É tudo muito esquisito e isso só nos vai dando a convicção de que houve conluio entre a SBM e a Petrobras, com a conivência e a leniência da CGU”.

Para o presidente do PSDB na Bahia, deputado federal João Gualberto, se o processo punitivo contra a SBM, apresentado apenas na segunda quinzena de novembro, tivesse sido publicado um pouco antes do pleito de outubro, a reeleição de Dilma poderia ter sido prejudicada. Hage disse que, ao contrário, o governo poderia capitalizar isso, pois mostraria serviço e eficiência. “O senhor então é o único que acredita nisso”, retrucou.

*Do portal do PSDB na Câmara

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