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“De Getúlio Vagas aos dias de hoje”, por Sérgio Passos

6 de abril de 2015
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Sérgio PAssos copyNo último carnaval procurei descansar e descansar não significa deixar o tempo fluir, sem nada fazer, pensar ou aprender. Descansei lendo e aprendendo sobre a história recente do Brasil. Muni-me da monumental trilogia Getúlio, do jornalista Lira Neto, lançada pela Companhia das Letras, com a história de uma das figuras mais importantes do Brasil.

Difícil afastar-me dos livros para qualquer coisa, até mesmo dormir. Li compulsivamente e quanto mais lia mais me motivava a ler, para conhecer tão importante e rico período da curta vida republicana brasileira.

Nesta viagem pela história do Brasil, passei pela Velha República, das eleições a bico de pena onde os coronéis ficavam com os títulos de eleitor que não sabia em quem votava, e se questionasse o coronel em quem tinha votado, ele respondia que o voto era secreto. Me deparei com o surgimento das primeiras leis trabalhistas e o incipiente sindicalismo brasileiro, que organizado sob o manto do poder central ditatorial, não poderia ser senão pelego!

A participação militar iniciada com o Movimento Tenentista, na luta pelo poder, era visto e praticado de forma natural nos momentos dos conchavos golpistas e nas disputas democrática pelas urnas. E como reflexos das Guerras Mundiais, provavelmente deixaram no patamar heróis, militares brasileiros e de outras partes do mundo, como o General Dwight Eisenhower, depois presidente dos EUA.

Mesmo em épocas e realidades bem distintas, gostaria de fazer um comparativo sobre o período democrático getulista com o momento atual em que vivemos. Vamos lá. O Brasil vive hoje uma inflação galopante, fruto de uma política econômica desastrada, voltada para o favoritismo e sem planejamento de longo prazo. Delapidação de instituições (sem citar a Petrobrás), como o Banco do Brasil, para onde foram nomeados para presidi-lo o amigo dos amigos que, sobejamente, “emprestava recursos sem embasamento técnico”, beneficiando confrades.

Assim como agora, no período getulista choviam denúncias do uso abusivo dos recursos públicos pelos próximos do Catete (corrupção amiga). Naquela época, como hoje, uma parte do legislativo sem representar os legítimos interesses da nação e sim dos chefes, levou o país a um clima de instabilidade político e social, com a radicalização do discurso da oposição, representado na figura do jornalista Carlos Lacerda, resultando no suicídio do Presidente da República.

Felizmente hoje temos uma oposição responsável que atua de maneira sóbria, sem denuncismo nem atitudes histriônicas, militares que sabem o papel constitucional das Forças Armadas e uma população ordeira, consciente da importância de preservar a vitalidade do sistema democrático. Mas já vemos nas ruas um sentimento negativo e até de revolta com a “desesperança” que põe medo de perdermos tudo que esperávamos e sonhávamos com o alcance da estabilidade monetária e o controle da inflação, colocado em risco por um governo perdulário, que não faz autocrítica, transferindo para outros a responsabilidade da sua incompetência, consciente ou não.

*Sérgio Passos é medico, ex-deputado estadual e presidente estadual do PSDB da Bahia. Artigo publicado no jornal A Tarde, edição do dia 06/04/2015

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