O governador da Bahia, Rui Costa, quer manter, a qualquer custo, o presidente Temer no Palácio do Planalto apenas para ampliar a probabilidade de sucesso do seu projeto político de reeleição. Depois de se reunir ontem com a base aliada federal para orienta-la a se abster ou votar contra a investigação de um presidente sob suspeita de corrupção, Rui Costa liberou dois secretários da sua equipe (deputados afastados) para reassumirem os seus postos na Câmara, substituindo os suplentes que já tinham se posicionado publicamente a favor da investigação do chefe do Executivo Federal. Um deles inclusive espalhou outdoor pelas ruas da capital baiana divulgando o seu posicionamento. Por que o governador da Bahia está fazendo tamanha mobilização? Por que o governador da Bahia convenientemente passa a ser aliado de Temer? Por que Rui Costa destoa do senso comum de defender a investigação de um acusado pela justiça de receber “mesada”. Para mim é muito clara a leitura das entrelinhas do texto do governador que é candidato à reeleição no próximo ano e precisa afastar a possibilidade de derrota, de perda do poder. Não há outro motivo lógico do que a preservação do seu próprio projeto político. Por outro lado, como esperar uma atitude diferente de um grupo que investe em regime ditatoriais, exalta políticos corruptos, institucionaliza o desvio de dinheiro público, não apresenta um projeto de governo, apoia a compra de aliados com benesses governamentais, cargos e emendas parlamentares. Fico realmente a me perguntar o que é ser político e fazer política para o governador da Bahia que dar evidentes sinais de que a prioridade é a sua carreira política. Amanhã, dia da votação, ficaremos atentos aos seguidores de Rui Costa.