Brasília (DF) – A maior transportadora de petróleo do mundo, a dinamarquesa Maersk, pode ter repassado uma propina, no valor de R$ 6,2 milhões, no período de 2006 e 2010 para a Petrobras, na tentativa de garantir o aluguel de navios. O dinheiro da comissão era transferido da Dinamarca para uma conta no Brasil, da empresa Gandra Brokerage.
Dona de uma frota com mais de 600 navios e faturamento anual de US$ 27 bilhões, a Maersk fechou recentemente com a Petrobras contrato de US$ 300 milhões para fornecer quatro navios, e outros 12 servem anualmente à empresa brasileira.
A informação é da revista “Época”, que teve acesso a documentos apreendidos pela Polícia Federal no apartamento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, que detalham o esquema em planilhas, contratos de gaveta e notas fiscais. O jornal O Globo na sua edição de domingo (25) reproduziu a notícia.
De cada pagamento feito pela Petrobras à Maersk, segundo a PF, 1,25% era devolvido a Paulo Roberto na forma de propina. De acordo com a revista, para receber a comissão, Paulo Roberto fechou, em 2006, um contrato secreto com a Maersk, e colocou na transação um parceiro, Wanderley Gandra.
Pelo contrato, uma empresa ligada à Maersk se comprometia a pagar a comissão de 1,25% a Gandra, por carga transportada no navio DS Performer. Outro 1,25% deveria ser pago à Maersk do Brasil, subsidiária da dinamarquesa.