Brasília (DF) – A empresa Sete Brasil já pagou aos cinco estaleiros que construirão as 29 sondas de exploração do pré-sal US$ 6,5 bilhões (cerca de R$ 16,2 bilhões), o que corresponde a 30% dos US$ 22,2 bilhões (R$ 55,5 bilhões) contratados, segundo o balanço financeiro da empresa. Segundo uma fonte do setor, alguns pagamentos se referem a sondas que sequer tiveram suas obras iniciadas.
Reportagem do jornal O Globo desta terça-feira (25) alertou ainda que apenas cinco sondas estão em construção. Sem obter a primeira parcela do financiamento do BNDES, de R$ 10 bilhões, a companhia deve concluir a primeira sonda no início do segundo semestre de 2015 no estaleiro Jurong Aracruz, no Espírito Santo, ainda em obras. A previsão é que a última seja entregue em 2019.
Entre os acionistas da Sete Brasil estão a Petrobras, com 9,75% das ações, os bancos Bradesco, Santander, BTG Pactual e os fundos de pensão Petros, Previ Funcef. A empresa será a dona das sondas, que serão afretadas para a Petrobras.
Segundo a fonte ouvida pelo O Globo, a empresa teria sido idealizada a partir de 2008 na Diretoria de Engenharia da Petrobras, chefiada na época por Renato Duque, preciso na Operação Lava-Jato. Duque teria indicado o ex-gerente da estatal Pedro Barusco para uma diretoria na Sete Brasil. Investigado na Lava-Jato, Barusco admitiu ter enviado para o exterior dinheiro fruto de propina em obras da Petrobras.
Ainda de acordo com a reportagem, na época em que a Sete Brasil surgiu, sabia-se que o pacote das sondas não poderia ficar dentro da estatal por já apresentar alto nível de endividamento.
