Entrevista do presidente do PSDB, senador Aécio Neves, em São João Del Rei (MG)
18-04-2014
Assuntos: Cerimônia religiosa da Semana Santa, Tancredo Neves, eleições 2014 e CPI da Petrobras e reunião da Executiva Nacional do PSDB
A Semana Santa em São João Del Rei
Costumo dizer que preservar nossos valores, nossas tradições e principalmente a nossa fé é essencial para construir um caminho novo para nós mesmos, para nossas famílias e quem sabe para nosso Brasil. Eu trago este momento como um momento de muita reflexão, de saudade do meu avo, que tinha na sua presença na Semana Santa um de seus momentos mais importantes da sua caminhada pessoal e espiritual, e eu procuro manter, não apenas pela tradição, mas pelo que isso representa de resgate da fé e resgate daquilo que nos faz hoje estar na vida publica, que é acreditar que ela pode ser um instrumento de transformação. Transformação da vida das pessoas. São João é a minha raiz, ela está aqui permanentemente fincada, aqui formei minha personalidade e obviamente meu olhar vai estar sempre voltado nos exemplos de Tancredo e daqueles que vieram antes de mim para quem sabe ajudar a construir um futuro melhor para todos os brasileiros.
Agenda para o feriado da Páscoa
Viajo um pouco por Minas. Estarei em Ouro Preto no dia 21, tendo o privilegio de ser o orador oficial do 21 de abril pela primeira vez. Como governador, tive a oportunidade de convidar personalidades de todo o Brasil para estarem lá. É um momento também de eu dar uma palavra a partir de Minas, inspirado em Minas, para o Brasil. Eu pretendo fazer um pronunciamento que aponte alguns caminhos importantes para o resgate de alguns valores que estão em falta no Brasil.
Sobre possível retirada da pré-candidatura de Pimenta da Veiga ao governo de Minas Gerais. De forma alguma. Isso na verdade está na especulação provavelmente de alguns adversários que temem a força de Pimenta da Veiga. Pimenta da Veiga será o candidato do PSDB e será o futuro governador de Minas Gerais.
Pesquisa Ibope e a queda da presidente Dilma Rousseff.
Olha, a queda de Dilma nessa pesquisa é absolutamente natural e esperado. O que nós percebemos andando pelas ruas, e vocês também devem ter essa percepção, há uma degradação, uma fragilização. Há uma degradação, há uma fragilização crescente de um governo que não entregou nada do que prometeu. Um governo que fracassou na economia, porque vai nos deixar com uma herança de inflação alta, crescimento baixo e uma perda enorme da nossa credibilidade, na gestão do Estado deixa o Brasil com um cemitério de obras inacabadas e com sobrepreços, portanto falhou na gestão da nossa infraestrutura, e os indicadores sociais nós paramos de avançar. Na educação nós estamos lá nos últimos lugares do Pisa, que é o mais importante organismo internacional que faz uma avaliação da educação em todo o mundo, a saúde pública se transformou em uma tragédia hoje pela omissão do governo federal, que investe 10% a menos hoje do que investia a dez anos atrás, e na segurança pública nem se fala. Hoje, a omissão do governo federal eu diria que é criminosa.
Portanto, há uma perda de substância, de força do governo. É natural que não haja ainda essa migração de voto para os candidatos da oposição, até porque há um enorme desconhecimento ainda em relação a eles. Os candidatos de oposição não disputaram ainda eleições nacionais. Eu acredito que, a partir do momento em que a campanha efetivamente comece, o debate comece – porque nós hoje um monólogo apenas, fala apenas o governo – no momento em que o debate começar, tenho confiança de que, não apenas de que nós vamos estar no segundo turno, como chegando no segundo turno, vamos vencer as eleições.
Sobre a ex-senadora Marina Silva ser vice do ex-governador Eduardo Campos
Eu achei algo esperado. Eu sempre estimulei a candidatura da própria Marina, quando buscava formar o seu partido, ajudamos inclusive na coleta de assinaturas para a Rede, infelizmente ela não as obteve. Estimulamos a presença do governador Eduardo Campos na disputa, nós queremos uma disputa plural. Quem buscou ganhar por W.O impedindo, seja a criação da Rede, seja atuando junto a aliados de Eduardo foi o PT. O PT teme uma disputa mais plural. Eu tenho plena confiança que, pela clareza das nossas propostas, pela experiência que nós demonstramos, e os exemplos são os governos que o PSDB tem Brasil afora, eu tenho absoluta convicção de que nós estaremos no segundo turno e vamos vencer as eleições.
Sobre a reunião da Executiva Nacional do PSDB no próximo dia 22
Olha, vai ser uma reunião importante, porque estarão presentes todos os presidentes de diretórios dos 27 estados brasileiros. Vamos definir a data da convenção, vamos fazer uma avaliação sobre os palanques regionais. Hoje 80% dos estados brasileiros, dos palanques do PSDB, já estão consolidados, são palanques extremamente competitivos. Não há nenhum partido no Brasil hoje, incluindo aí o PT e o próprio PMDB, que tenha um número de candidaturas tão competitivas como tem o PSDB. Isso no momento em que se inicia a campanha faz uma enorme diferença. Vamos fazer essa avaliação, e obviamente já estabelecer metas para a campanha para a participação de jovens, de sindicatos, do movimento negro do PSDB, chamado Tucanafro, das mulheres obviamente. Nós vamos fazer uma estratégia mais ousada, para ocupar as ruas do Brasil dizendo que chega, já deu desse modelo de governo. Nós precisamos de um outro, onde a ética e a eficiência possam caminhar juntas.
A oposição e o esforço pela criação da CPI da Petrobras
Vamos esperar que o Supremo Tribunal Federal possa garantir aquele que é o direito constitucional e regimental. Vamos aguardar, na terça-feira, que a ministra Rosa Weber permita a instalação da CPI da Petrobras.