Brasília (DF) – Em mais um rombo contabilizado pelos fundos de pensão das estatais, o Petros – fundo dos funcionários da Petrobras – somou perdas de R$ 6,7 bilhões nos investimentos em empresas em 2015. O déficit equivale a 11% do patrimônio total do fundo. As informações são do balanço do próprio Petros, que está sendo apresentado por membros do conselho fiscal a beneficiários do fundo.
Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (18) pelo jornal O Estado de S. Paulo, até o fechamento do balanço, no dia 31 deste mês, o prejuízo com investimentos em empresas poderá chegar a R$ 8 bilhões, elevando o déficit total. Até o final de 2015, o rombo do fundo foi de R$ 23 bilhões, sendo que cerca de R$ 16 bilhões foram registrados apenas no ano passado.
Nos investimentos, os maiores prejuízos foram contabilizados com a Sete Brasil, Belo Monte, Vale, Invepar, BRF Foods e JBS. O maior déficit veio com a Sete Brasil, empresa em recuperação judicial que foi criada para gerenciar as sondas do pré-sal. Mesmo com as dificuldades financeiras da empresa, que se arrastam desde o fim de 2014, o fundo investiu mais R$ 315 milhões na Sete no ano passado, aumentando seu próprio déficit para R$ 1,7 bilhão. O Petros foi obrigado a reconhecer a perda da totalidade do investimento.
O investimento na usina de Belo Monte também causou prejuízo de R$ 468 milhões. Isso porque a dona da usina, a empresa Norte Energia, está passando por um processo de auditoria promovido pela Eletrobras para apurar o suposto pagamento de propinas no empreendimento. Outra investigação feita pela Polícia Federal envolve a Eldorado Celulose, do grupo J&F, da mesma família dona da Friboi. De acordo com a delação de um ex-vice-presidente da Caixa, a empresa pagava propina para a liberação de financiamentos com recursos do FGTS.
Antes mesmo da operação da PF, o conselho fiscal do Petros já tinha questionado a forma como a Eldorado Celulose tinha sido contabilizada no balanço do fundo. O Petros levou em conta a antecipação da rentabilidade de uma fábrica que sequer tinha sido construída. Agora, a fábrica corre o risco de nem sair do papel, já que parte do financiamento previsto era de dinheiro público.
Leia AQUI a íntegra da reportagem do Estadão.
*Do Portal PSDB Nacional