
Foto: Igo Estrela
“Temos de ter um olhar para essas comunidades, que vai muito além da segurança pública. Temos de levar políticas de geração de renda e de qualificação de renda onde elas moram”, ressaltou o candidato.
Acompanhado pelo ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário, o Fenômeno, Aécio visitou a nova sede da Cufa, em Madureira, onde participou do lançamento do livro “Um país chamado favela”, de Renato Meirelles e Celso Athayde, que traçou um perfil dos 12 milhões de brasileiros que moram em favelas de35 regiões metropolitanas do país. “Se eu for presidente da República, o governo vai fazer investimentos nas favelas. Vamos fazer hospitais, postos de saúde equipados e bancos, que vão oferecer crédito subsidiado a essas regiões. Vamos levar educação de qualidade”, ressaltou o candidato.
Para ele, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a acessibilidade são um primeiro passo. “A UPP é importante, é o primeiro passo. Mas se não levarmos serviços, emprego, possibilidade de geração de renda, qualificação para essas pessoas, vamos ficar no meio do caminho.”
Aécio reafirmou que o papel do poder público deve ser de parceria na promoção da cidadania, não de uma postura paternalista. “O Estado, diferente do que o atual governo diz, não é aquele que melhora sua vida. O Estado tem de ser o grande parceiro. Tem de oferecer um transporte de qualidade, saúde próxima à sua casa, educação adequada.”
“Então vamos subir as favelas, não apenas com polícia, mas com serviços e crédito, com postos de saúde e hospitais de boa qualidade. Essa é a grande virada que nós queremos dar. Chega dessa visão preconceituosa: do asfalto para a favela que existe hoje.”
Compromisso
O candidato reiterou o seu compromisso com o programa dirigido a 20 milhões de jovens de 18 a 29 anos que interromperam os estudos antes de concluir o ensino fundamental o médio e que, em seu governo, receberão uma bolsa no valor de um salário mínimo para voltar a estudar. “Eu serei o parceiro de mão estendida para o brasileiro que queira estudar e trabalhar”, destacou. Ele lembrou que, de 56 mil pessoas assassinadas no ano passado, 30 mil eram jovens e negros.
Para Aécio, o preconceito social e racial será enfrentado com investimentos para reduzir a desigualdade. ”Por que a escola mais bonita e mais bem equipada, com os melhores professores, está no asfalto? Vamos levar lá para cima. É aí que nós vamos enfrentar o preconceito. Por isso, eu me animo muito e me entusiasmo com a nossa proposta, porque nós somos a mudança verdadeira que o Brasil precisa.
As afirmações foram feitas em entrevista coletiva na sede da Cufa, construída sob o viaduto Negrão de Lima, em Madureira. Ele comentou o resultado da pesquisa publicada no livro, segundo a qual 95% dos moradores de favelas se sentem felizes, entre outros dados. “O mais interessante é que cerca de 60% dos jovens, mesmo aumentando sua renda, querem continuar a viver nessa comunidade, porque ali estão seus laços afetivos, familiares”, disse.
Descontração
Aécio assistiu a uma roda de capoeira e uma apresentação rápida e informal de street dance. Descontraído, ensaiou um passo da dança e um jogo de capoeira com Ronaldo. Visitou as instalações da Cufa, conheceu salas destinadas a cursos de capacitação da comunidade, como artesanato e audiovisual.
Convidado a fazer uma saudação aos presentes, o candidato foi aplaudido ao reforçar o papel do Estado de parceiro na promoção de cidadania. “Quem melhora a vida de cada um é quem acorda cedo, rala, chacoalha no transporte público de péssima qualidade, estuda, trabalha, volta para estudar, porque quer encontrar um lugar na vida. Essa é a minha visão, muito diferente do modelo que está governando o Brasil.Eu acho que o Estado tem que ser o parceiro, para te dar a oportunidade se você quiser.”
Aécio Neves foi aplaudido quando citou o programa Mutirão de Oportunidades, dirigido aos jovens que pararam de estudar e inspirado em projeto semelhante realizado em Minas Gerais, quando foi governador do estado. “Onde eu estiver, terá alguém pensando em um Brasil muito diferente. Não jogo a bola do Ronaldo, mas tenho uma vontade enorme de fazer gols nesse Brasil afora em favor da rapaziada! Valeu moçada! Viva a favela do Brasil!”.