
O “retrocesso”, a “falta de compromisso do governo” e a “inconstitucionalidade” da medida foram as expressões mais usadas pelos internautas. Nos depoimentos, as mulheres contam suas histórias ora com tristeza e raiva, às vezes indignação.
A nova portaria libera o acesso aos exames apenas a mulheres entre 50 e 69 anos. Uma lei federal de 2008 havia estendido esse direito a todas as mulheres a partir dos 40 anos.
Histórias
“Minha mãe faleceu com câncer de mama aos 38 anos, o que levou a mim e minhas irmãs a começarmos os exames bem mais cedo. Em 2009, a doença se manifestou. Já tive alta, mas o acompanhamento é contínuo. Nem sei o que vou fazer”, contou uma mulher, de 33 anos.
Segundo ela, a nova decisão do governo a deixou “sem rumo” e “decepcionada”. Um homem jovem também se manifestou contrariamente à decisão do Ministério da Saúde. “Isso é inadmissível. O que os menos abastados farão? Serão obrigados a contratar planos de saúde e pagar por um direito constitucional?”, reagiu ele.
Rita Camata ressaltou que a nova portaria é um “completo absurdo” e “retrocesso”. “É revoltante. Se eu não tiver plano de saúde, vou morrer? Já teria morrido? Dói sentir a impotência de todas as brasileiras que utilizam o serviço público de saúde. O governo parece querer assassinar mulheres”, enfatizou.
Inconstitucionalidade
O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), avisou que pretende entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade para suspender os efeitos dessa “nefasta decisão”.
No perfil do Facebook, Imbassahy criticou a presidente Dilma. “Ela joga no lixo a conquista de uma luta histórica de milhares de pacientes e da sociedade, apoiada pelo Congresso e defendida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)” reiterou o tucano.