O deputado federal Antonio Imbassahy, vice-presidente da CPI da Petrobras, considerou inoportuna a decisão do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, de permanecer em silêncio, ao comparecer na manhã desta quinta-feira (19), para depor à comissão. ”Não me parece ter sido a melhor opção, embora eu acredite que Duque mandou um claro recado, em tom de ameaça, ao seu líder no esquema de corrupção, ao afirmar que “há um tempo de calar e um tempo de falar”, disse o tucano.
Para o deputado, o ideal é Duque dizer tudo o que sabe sobre esse esquema criminoso que sangrou os cofres da maior estatal brasileira. “É importante que ele se lembre de Marcos Valério, operador do mensalão, que não falou, confiou que seria protegido pelo PT, foi abandonado, e vai puxar 40 anos de cadeia, enquanto, quem se beneficiou continua livre, quem sabe até liderando outro esquema nocivo”, ressaltou o tucano.
Renato Duque teve a prisão preventiva decretada e está preso desde segunda-feira (9). Segundo o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, os procuradores da República descobriram que ele continuou lavando dinheiro mesmo depois da deflagração da operação, há um ano.
Para Imbassahy, existem muitas evidências da participação de Duque no esquema de corrupção na Petrobras, não lhe restando muitas opções. O ex-diretor da estatal foi relacionado em delações premiadas a pelo menos 88 projetos de obras envolvidas em pagamentos de propina. Os empreendimentos correspondem ao período de dezembro de 2003 a fevereiro de 2011. O orçamento original para essas obras era de R$ 69 bilhões. “Creio que ele esteja comentando um erro de avaliação”, completou o parlamentar baiano.