
Foto: Lucio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados
Ele informou ao colegiado que uma comissão interna criada pela petroleira encontrou “robusto conjunto de indícios” de pagamentos de propina pela empresa holandesa a funcionários da estatal brasileira. Em março do ano passado, porém, a Petrobras anunciou que a comissão de apuração interna “não encontrou fatos ou documentos que evidenciem pagamento de propina a empregados” da empresa.
Na época, a estatal começou a ficar sob forte pressão política após a divulgação do caso, que aumentou após a Operação Lava Jato. Posteriormente, a própria SBM identificou os pagamentos de propina e fechou um acordo com o Ministério Público da Holanda. O ex-gerente da estatal Pedro Barusco admitiu, em delação premiada, que recebia propina da SBM.
“Houve um conluio entre a Petrobras, a SBM e a Controladoria Geral da União”, apontou Imbassahy. O tucano ressaltou que, em março do ano passado, o ex-diretor da SBM Jonathan Taylor entregou à CGU denúncias de pagamento de propina da empresa à Petrobras. Na época, apesar de tomar conhecimento das irregularidades, o órgão de controle manteve as denúncias em secreto e só tomou iniciativas após a eleição presidencial.
“Com o depoimento do senhor Aramis, não há dúvida de que a Petrobras não só negligenciou como omitiu e participou desse processo. As investigações só vieram a tona depois das eleições. Mais do que negligenciar, a Petrobras teve uma ação criminosa que pode ter interferido no destino das eleições e do país”, alertou o deputado.
O tucano defendeu que a comissão ouça, o quanto antes, o ex-ministro da CGU Jorge Hage. Isso porque, segundo ele, tanto a SBM quanto a Petrobras já deram provas de que atuaram para impedir a investigação. Em maio, por solicitação de Imbassahy, um grupo de deputados foi a Londres ouvir Jonathan Taylor, que confirmou ter entregue documentos à CGU comprovando as irregularidades entre a empresa brasileira e a holandesa.
Já o deputado Izalci (DF) questionou se houve uma pressão do Palácio do Planalto para que a investigação fosse postergada. “Isso ocorreu por interferência política, incompetência ou falta de provas?”, quis saber o tucano, ao lembrar que a ex-presidente da Petrobras Graça Foster teve um comportamento dúbio sobre o episódio, pois negou ter recebido as informações. Aramis disse que entregou a ela o resultado das apurações da comissão interna, mas afirmou que visitas aos EUA e à Holanda não evidenciariam o pagamento de propina.
Do PSDB na Câmara