Brasília (DF) – O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), vai protocolar requerimento para que o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (na foto com Graça Foster, presidente da Petrobras), preste esclarecimentos sobre a venda de poços de petróleo da Petrobras na África. Imbassahy solicitará também que o Tribunal de Contas da União (TCU) promova uma auditoria especial sobre a operação.
O jornal Folha de S.Paulo informou que, em 2013, depois da troca de comando da Petrobras, feita pela presidente Dilma Rousseff, o banco BTG Pactual pagou US$ 1,5 bilhão para ficar com metade das operações africanas da Petrobras e se tornar sócio da estatal.
De acordo com a reportagem, os ativos foram avaliados em cerca de US$ 4,5 bilhões, valor que depois foi diminuído para US$ R$ 3,16 bilhões. Para o BTG Pactual, o negócio foi tão bom que, em menos de oito meses, começou a recuperar o capital investido e tirou de lá US$ 150 milhões na forma de dividendos.
Audiência
Durante audiência pública, na Câmara, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, foi questionada por Imbassahy sobre a venda dos blocos de produção na Nigéria para o grupo BTG Pactual. O líder disse que especialistas do setor afirmam que o negócio não foi bom para a estatal brasileira e chegam a estimar que a Petrobras poderia ter tido prejuízo pela não arrecadação de pelo menos de US$ 1 bilhão.
“Mas ao responder, Graça Foster não convenceu. Ela também não foi muito clara em outro questionamento feito por Imbassahy, sobre a natureza da relação entre a Petrobras e seus sócios na Sete Brasil, empresa que tem contratos bilionários com a própria estatal brasileira. O BTG Pactual também é um dos sócios da Sete Brasil”.
Segundo Imbassahy, há informações de que dois bancos internacionais avaliaram, de forma conservadora, os ativos da Petrobras na África em um valor mínimo superior a US$ 7 bilhões. “Dois bancos de primeira linha errarem grosseiramente em suas avaliações é algo muito incomum. E vender os ativos a um valor 50% menos do que a avaliação mínima de US$ 3,16 bilhão é um forte indício de que Petrobras sofreu prejuízo”, afirmou. “A venda dos blocos de exploração na África foi mais um péssimo negócio para a Petrobras, que provocou perda bilionária para a empresa brasileira, assim como a compra de Pasadena. Essas negociações precisam ser esclarecidas pela Petrobras e também pela presidente Dilma, que tem responsabilidade sobre essas operações. Ela foi presidente do Conselho de Administração, aprovou Pasadena, e acompanhou essas negociações na África”, completou o deputado federal baiano.
Investigações
De acordo com o líder do PSDB, a venda dos ativos na África também terá de ser investigada pela CPI da Petrobras. Segundo ele, os blocos de exploração na África deveriam ser objeto de estudos e avaliações aprofundados, e que, pelo visto, não ocorreram ou não foram seguidos. “A CPI terá muito a investigar e a esclarecer. Esses negócios no exterior estão se revelando uma caixa-preta. Em cada operação que se analisa, verifica-se mais um negócio ruim para a estatal. Não há empresa que suporte uma sucessão de prejuízos bilionários decorrentes dessa gestão nociva e danosa dos governos do PT, de Lula e Dilma”, afirmou.
Imbassahy ressaltou que a presidente Dilma Rousseff e o PT aparelharam e partidarizaram a estatal, empresa que tem total apreço dos brasileiros. “O governo Dilma e o PT se mostram desesperados pela iminência da CPMI, que terá acesso a contas bancárias e movimentações financeiras. Querem omitir que estão no governo há quase 12 anos e fugir da responsabilidade que têm por tudo de ruim e de danoso envolvendo a Petrobras que o país tem tomado conhecimento”, destacou.
Com informações da Liderança do PSDB na Câmara