As taxas de juros voltaram a atingir níveis históricos no Brasil. No mês de setembro, segundo relatório do Banco Central, as condições dos juros do cartão de crédito no rotativo saltaram para 480,3% ao ano, cerca de 15,7% ao mês, o que representa um crescimento de 66,1 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2015. O custo do cheque especial também pulou para 61,2 pontos percentuais em 12 meses e chegando a 324% ao ano – ou 14,28% por mês.
O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) relaciona os altos juros com a recessão econômica vivida no país, provocada pela gestão Dilma Rousseff. “No momento em que há uma crise sem precedentes no país, uma recessão continuada que está nos levando a uma depressão – nós estamos aí com mais de 12 milhões desempregados – essas famílias que perderam tudo, esses empreendedores, precisam de algum crédito, precisam de apoio. É lamentável que nós tenhamos que conviver com esses juros extorsivos dos bancos em cima da população brasileira”, afirmou.
O operador de sistemas elétricos Pedro Felipe de Almeida, de 24 anos, está entre os brasileiros com dívidas no cartão de crédito. Sentindo na pele o valor dos juros altos, Pedro planeja usar recursos do décimo terceiro salário para quitar a dívida. Ele explica como se enrolou com as faturas do cartão.
“Assim que eu comecei a trabalhar, me disponibilizaram um cartão de crédito com um limite até considerável. Pelo menos, duas vezes o valor do meu salário. Você divide uma coisinha aqui, uma coisinha ali – que dividido fica bem em conta – mas no final você divide tantas coisas que a fatura vai além do que você pode pagar. Então, o problema foi esse: a minha fatura mensal estava cobrindo o meu salário. Eu paguei praticamente a metade a mais do que eu pagava, 50% do que eu estava devendo em juros.”
O relatório do Banco Central também mostrou que o ganho dos bancos alcançou 60 pontos — o nível mais alto da série do BC. Na média, os juros cobrados das pessoas físicas com recursos livres atingiram 73,3% ao ano. Analistas financeiros ainda estimaram que, apesar de o Banco Central ter cortado a taxa de juros básica da economia, a Selic, de 14,25% para 14% ao ano na semana passada, os consumidores não terão refresco tão cedo.
*Do Portal PSDB Nacional