A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, mais uma vez copia uma proposta já levantada pelo candidato da Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, nesta campanha eleitoral. Agora, o tema escolhido por ela é a retomada da livre flutuação do câmbio.
Depois de plagiar o segundo Plano Nacional de Direitos Humanos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, copiar artigo publicado pelo professor Luiz Davidovich na edição número 89 da Revista da USP (março/maio 2011) e se inspirar praticamente na totalidade no programa econômico do PSDB, a campanha de Marina Silva agora diz com mais de um mês de diferença que vai retomar a livre flutuação do câmbio, acabando com o programa de intervenção diário utilizado pelo Banco Central desde agosto do ano passado.
Em entrevista à agência Reuters, publicada nesta quinta-feira (11/09), o assessor econômico do programa da candidata do PSB Alexandre Rands diz que se eleita Marina vai acabar com o programa do Banco Central que vende diariamente swaps cambiais – que equivalem à venda futura de dólares. Esse instrumento tem sido utilizado pelo BC para conter a valorização do dólar em relação ao real para evitar que o câmbio leve ao descontrole da inflação.
O curioso é que essa proposta já havia sido levantada pelo economista Mansueto Almeida, um dos coordenadores da área econômica do programa de governo de Aécio, também em entrevista à Reuters, em 7 de agosto.
Aliás, Aécio tem utilizado repetidas vezes o termo “populismo cambial” para se referir à política capitaneada pela presidente Dilma Rousseff. E é bom deixar registrado isso para evitar que amanhã Marina use o termo e diga que ela o cunhou.
A lógica para acabar com o populismo cambial é simples: é preciso reequilibrar a taxa de câmbio, retomando a livre flutuação, para melhorar o desempenho da balança comercial, diminuir o déficit em transações correntes, para devolver o ciclo virtuoso às contas externas do país.
Aliás, a entrevista de Rands à Reuters é contraditória. Ele diz que, se eleita, Marina não vai controlar inflação via desvalorização artificial do câmbio, mas, sim, através de redução de gastos públicos. Com isso, diz o assessor de Marina, se eleita ela vai congelar até 100 bilhões de reais no Orçamento da União em 2015. Essa proposta não é viável, levando-se em conta que todas as propostas de Marina vão custar cerca de 150 bilhões de reais aos cofres públicos. Essa conta, simplesmente, não fecha.