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MG: Hospital da Rede Fhemig inova na aplicação de tratamento contra a AIDS

5 de dezembro de 2013
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hospital-da-rede-fhemig-inova-na-aplicacao-de-tratamento-contra-a-aidsO Hospital Eduardo de Menezes (HEM), da Rede Fhemig, referência estadual para o tratamento de doenças infectocontagiosas, adota, desde o início deste ano, o tratamento contra a AIDS para todos os pacientes portadores do vírus HIV, independente do estágio de desenvolvimento da doença. A ação é inovadora, tendo em vista que antecipa o protocolo que está sob consulta pública e deve ser concluído até o final do mês pelo Ministério da Saúde.

“Com o novo procedimento, temos observado a efetiva redução dos níveis de transmissão e também a menor incidência de infecções oportunistas”, revela a médica infectologista do HEM, Glauciene Alves. A constatação da especialista é evidenciada por estudos internacionais que confirmam a hipótese de que o uso precoce dos medicamentos antirretrovirais reduz em, aproximadamente, 96%, a transmissão do vírus da AIDS.

Acesso antecipado

Até o final do ano passado, os profissionais do hospital adotavam como protocolo o uso de antirretrovirais para os pacientes que apresentavam sintomas da doença e níveis de CD4 inferior a 500, conforme preconiza o Ministério da Saúde.O pioneirismo do Hospital Eduardo de Menezes, ao promover o acesso aos medicamentos de forma antecipada,o coloca em sintonia com as diretrizes do “Tratamento 2015” recomendado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids).

Atenção multiprofissional e integral

Há dois anos, os países que compõem a Organização das Nações Unidas, dentre eles o Brasil,assumiram o compromisso de levar o tratamento da AIDS a 15 milhões de pessoas até o ano de 2015. Conhecida como “Tratamento 2015”, essa medida integra o conjunto de objetivos da ONU parazerar o número de novas infecções, a discriminação e os óbitos decorrentes da doença.

Segundo o gerente assistencial e médico infectologista do HEM, Marcelo Oliveira, o Hospital Eduardo de Menezes oferece aos seus pacientes um atendimento multiprofissional e integral que lhes possibilita uma melhor qualidade de vida. O infectologista afirma que a maioria dos pacientes atendidos pelo hospital são homens e jovens (entre 20 e 40 anos). Outro aspecto importante destacado por Marcelo Oliveira é a formação oferecida aos médicos residentes. “Nossa abordagem promove uma visão diferenciada da doença. Com isso, formamos profissionais que podem contribuir, efetivamente, para o avanço no tratamento da doença”, finaliza.

Cenário atual

Atualmente, no mundo, em torno de 35 milhões de pessoas são portadoras do vírus HIV. No ano passado, o número de mortes registradas em decorrência da AIDS foi reduzido em 30%, passando de 2,3 milhões em 2005 para 1,6 milhão em 2012.

Paralelamente, as novas contaminações foram reduzidas em 200 mil entre 2011 e 2012.Na última década, as novas contaminações entre crianças tiveram uma queda de 52% e o índice geral de contaminações sofreu uma redução de um terço. No entanto, de acordo com Glauciene Alves, apesar dos significativos avanços no tratamento e na abordagem da doença, ainda persiste na sociedade o estigma em relação às pessoas portadoras do HIV.

Mudança de percepção

Diante desse cenário, o paciente do HEM conta com o apoio da equipe multidisciplinar do hospital para trabalhar a sua percepção em relação à doença, de modo a evitar-se a vitimização e criar-se mecanismos de resistência à discriminação.

Jorge (*) tem 36 anos de idade, é solteiro e trabalha como vendedor.Ele conta que convive com o vírus da AIDS há nove anos. Desde 2006, é paciente do Hospital Eduardo de Menezes. O vendedor diz que, nos primeiros anos da doença, separava as próprias roupas por temer infectar os sobrinhos e agia com base nos estereótipos acerca dos soropositivos. Durante cinco anos, Jorge se isolou. Não frequentava outros lugares, além do local de trabalho. Ele ressalta que a equipe de profissionais que o atende foi a responsável pela sua mudança na forma de encarar a AIDS. “Depois de Deus no céu e minha família na terra, este hospital é muito importante para mim. Hoje, viver com AIDS é como ter uma hipertensão. Vivo normalmente”, assegura Jorge. Ele se mantém informado sobre as evoluções do tratamento e irá se oferecer como voluntário para possíveis testes para uma vacina contra a doença.

Mércia (*), de 42 anos de idade, é mãe de três filhos e atua como cuidadora de idosos. Ela foi infectada pelo marido e recebeu o diagnóstico em 2006. Ao saber que era soropositiva, ficou deprimida e chorou muito. Com o apoio da equipe multiprofissional do HEM, superou o trauma inicial e hoje leva uma vida normal, encarando a sua situação com naturalidade. Ela procura não pensar na doença e segue rigorosamente a terapia antirretroviral.“Eu aprendi muito sobre a AIDS, me informei sobre os avanços. Tem doença muito pior, como, por exemplo, o diabetes”, sublinha.

Os relatos dos pacientes comprovam a mudança na forma como os portadores do vírus encaram a doença. “Atualmente, eles têm uma compreensão melhor do tratamento, além de verem a AIDS como uma doença crônica qualquer”, afirma Marcelo Oliveira. Este comportamento contribui para o tratamento, uma vez que o aspecto psicológico exerce um papel crucial para a adesão e o uso adequado dos medicamentos antirretrovirais.

Do Portal do Governo de Minas Gerais

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