Brasília (DF) – O juiz Sergio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava-Jato, classificou como “intolerável” e “reprovável” a atitude dos advogados de empreiteiras ligadas à Operação Lava-Jato de procurar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para discutir o andamento das investigações. Reportagem da Folha de S.Paulo desta quinta-feira (19) destacou que, de acordo com Moro, os advogados devem recorrer sempre ao juiz, “nunca a políticos”, quando quiserem denunciar eventuais excessos da polícia.
Para o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA), a atitude do ministro tem um “teor de gravidade muito elevado na medida em que as informações dão conta de que estavam em curso novas delações premiadas, que poderiam atingir o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff”, afirmou.
O tucano ainda ressaltou que é “lamentável” a conduta do ministro da Justiça. Segundo ele, Cardozo “deixa de servir ao país para atender interesses de um partido”.
Na última quarta-feira (18), o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, afirmou que apresentará à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), assim que ela for constituída e instalada, requerimento de convocação ao ministro para que ele preste esclarecimentos sobre o assunto. Para o senador, em uma República não podem existir segredos e a atuação de Cardozo é “absolutamente incompatível” com o exercício do cargo de ministro da Justiça.