Não foi necessário mais do que um ano para os brasileiros perceberem que o próspero discurso eleitoral da presidente Dilma não passava de estelionato eleitoral. Sempre com o propósito de manter a continuidade do projeto de poder do PT, maquiaram os índices do país, enganaram a população, gestões municipais e estaduais com o único objetivo de alcançar a reeleição.
Bastou ser eleita para o discurso mudar radicalmente. A inflação, que durante a campanha “estava sob controle”, passou a superar a meta e o Real desvaloriza a cada dia. O desemprego cresce a níveis exorbitantes e a previsão é que até o final do ano mais de dois milhões de brasileiros estejam sem trabalho. A falta de planejamento e descaso do governo federal fez com que os juros começassem a aumentar sem parar.
Dilma quebra recordes negativos e faz o país viver uma recessão sem igual desde a criação do Plano Real – legado que a petista jogou no lixo. Nossa realidade hoje é diminuição no Produto Interno Bruto (PIB) e nenhuma previsão para melhorar. É um governo perdido e sem propostas.
De acordo com o Jornal Estado de São Paulo, o déficit das contas públicas em 2015 pode alcançar inimagináveis R$ 55 bilhões, resultado das pedaladas fiscais promovidas pelo governo federal. A corrupção dominou o alto escalão e os ministérios viraram balcão de negócios em que o único objetivo petista é evitar o impeachment.
Os sinais de crise se espalham por todo o país e afetam diretamente estados, municípios e a população. A falta de suporte do governo federal, que concentra quase 60% da arrecadação de impostos, e o aumento cada vez mais frequente do repasse de responsabilidades da União têm sufocado cada vez mais as finanças, já combalidas, de estados e municípios.
Atualmente dez estados brasileiros precisam parcelar o pagamento dos salários de seus servidores e não possuem dinheiro algum para investimentos. Basicamente, os serviços públicos estagnaram ou pioraram. O medo de tomar medidas impopulares, mas essenciais para a continuidade dos serviços e desenvolvimento, fez muitos governadores não realizarem um necessário ajuste fiscal.
Na contramão dessa crise, o Paraná mostra para o país como se faz para sair deste cenário. O governador Beto Richa preferiu perder sua popularidade para garantir o desenvolvimento do estado e promoveu um ajuste fiscal que hoje é referência para todo o Brasil, recuperando a capacidade de investimento e minimizando os efeitos da crise econômica nacional no estado. E, diferente do governo federal, que apenas aumenta imposto e corta investimento, o governo estadual cortou da própria carne: cinco secretarias foram retiradas da estrutura, diminuiu em 30% o valor do custeio, eliminou mil cargos comissionados e foi reconhecido pelo IBGE como o estado com menor número de cargos comissionados do Brasil em relação ao número de servidores. Texto recente do Estado de São Paulo mostrou que o Paraná é o único estado em todo o Brasil que melhorou sua situação fiscal em relação ao ano anterior.
Os índices mostram que o Paraná sai na frente, apresenta melhorias nas finanças e conta com previsão orçamentária para 2016 de R$ 6 bilhões a serem investidos prioritariamente em setores como saúde, educação, segurança, infraestrutura, agricultura e assistência social. Os municípios, que sofreram um duro golpe do governo federal com a diminuição em 38% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), também foram beneficiados pelo ajuste fiscal, com aumento em 20% dos repasses estaduais de IPVA e ICMS.
Somado a isso, o Paraná continua investindo nas áreas prioritárias, com excelentes resultados. Dados do Ministério do Trabalho mostram que o estado foi o segundo no ranking de geração de empregos formais no primeiro semestre de 2015. Além disso, mantém o crescimento na produção industrial e, de acordo com o Ipea, é o segundo estado com menor índice de desigualdade social do Brasil.
O Brasil segue refém de um governo federal inapto, sem planejamento e repleto de escândalos. Já o Paraná mostra que, com responsabilidade e austeridade, colocando a população a frente dos interesses políticos, é possível sair da crise e seguir rumo ao crescimento e desenvolvimento econômico, social e estrutural que tanto precisamos.
* Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)