
Foto: Agência Brasil
Para o deputado federal Jutahy Magalhães Jr (PSDB-BA), a mesmice continua, o que era ruim continua ruim. “Com a nomeação de Aldemir Bendine, fica claro que o objetivo é não mexer com o passado corrupto da Petrobras. E isso a inviabiliza de gerar uma nova empresa futura”, criticou.
Bendine autorizou um empréstimo de R$ 2,7 milhões à empresa da socialite Val Marchiori, conhecida no Brasil após ter participado do programa de TV “Mulheres Ricas”. O crédito foi entregue a Marchiori por meio de uma linha de crédito no BNDES, em uma operação que contrariava as regras do próprio BNDES e também do Banco do Brasil. O Ministério Público Federal pediu, nesta sexta-feira (6), uma abertura de inquérito sobre o caso. A repercussão do empréstimo quase custou o cargo de Bendine no Banco do Brasil, mas ele foi mantido no posto pela presidente Dilma Rousseff.
Também em 2014, veio a público a acusação feita pelo motorista Sebastião Ferreira da Silva, conhecido como Ferreirinha, que trabalhou para o PT e para Bendine. Ele disse ao Ministério Público que, por mais de uma ocasião, transportou dinheiro vivo para o então presidente do BB. Outro episódio relatado pelo motorista é que ele chegou a levar Bendine a um apartamento em que o atual comandante da Petrobras teria chegado de mãos vazias e saído com sacolas de dinheiro.
Outra ocasião que relaciona Bendine e grandes quantidades de dinheiro vivo foi descoberta pela Folha de S.Paulo em 2010. O jornal informou que Bendine comprou uma casa, no valor de R$ 150 mil, no interior de São Paulo, e a pagou em cédulas. Um imóvel similar no mesmo prédio estava orçado em mais de R$ 300 mil.
O novo presidente da Petrobras também já enfrentou problemas com o imposto de renda – a Receita Federal o multou em R$ 122 mil, em 2014, pela omissão das explicações de uma evolução patrimonial de R$ 280 mil.
Trajetória
Bendine chegou à presidência do Banco do Brasil referendado pelo atual ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que também trabalhou no Banco do Brasil. À época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrava dos bancos públicos uma redução da taxa de juros e a expansão do crédito – e isso levou à demissão de Antonio Francisco de Lima Neto. O atual comandante da Petrobras não é filiado ao PT e costumeiramente nega seu envolvimento com a política. No entanto, foi agraciado com privilégios como a expedição de um passaporte diplomático.