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Petista e doleiro trocaram mensagem sobre laboratório investigado pela PF

3 de abril de 2014
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André Vargas Brasília (DF) – O doleiro Alberto Youssef é um dos responsáveis pelo financiamento de R$ 31 milhões do Ministério da Saúde para o laboratório Labogen por meio de “contatos políticos”, segundo depoimento à Polícia Federal de um dos sócios da empresa, Leonardo Meirelles. Um dos contatos políticos de Youssef é o deputado André Vargas (PT-PR), vice-presidente da Câmara, segundo interceptações de mensagens feitas pelas PF. As informações estão na edição desta quinta-feira (3) da Folha de S. Paulo.

Em uma das mensagens, reveladas pela Folha, Youssef e Vargas falam sobre a Labogen, segundo relatórios da Operação Lava Jato. Vargas diz ao doleiro que a reunião com o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério, Carlos Gadelha, “foi boa demais”. “Ele garantiu que vai nos ajudar”, afirmou.A Labogen assinou em dezembro do ano passado um acordo com o Ministério da Saúde para produzir o citrato de sildenafila, o Viagra, usado para tratamento de hipertensão pulmonar. À época, o ministro era Alexandre Padilha (PT), pré-candidato ao governo de São Paulo. O acordo previa pagamento de R$ 31 milhões em cinco anos e fazia parte de um programa cujo objetivo era a “redução de preços de produtos estratégicos para a saúde”.

O financiamento de R$ 31 milhões para a Labogen foi cancelado pelo Ministério da Saúde na quinta-feira, após a Folha questionar a instituição sobre suspeitas da PF. E-mails apreendidos apontam que o diretor de produção industrial e inovação da pasta, Eduardo Jorge Oliveira, teria orientado a Labogen a se associar com a EMS. Na parceria, a EMS cuidaria sozinha da produção de 35 milhões de comprimidos ao ano.
A suspeita da PF é que a Labogen foi usada apenas para pagar propina a servidores públicos por causa da diferença de porte entre as empresas. A Labogen tem folha de pagamento de R$ 28 mil. Já a EMS é o laboratório com o maior faturamento no país (R$ 5,8 bilhões em 2012).

André Vargas disse ontem, em pronunciamento na Câmara, que orientou Youssef “a respeito de encaminhamentos burocráticos no Ministério da Saúde”, como faz “normalmente” com quem o procura com projetos “viáveis e de interesse público”.

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