Brasília (DF) – A negligência do Conselho de Administração da Petrobras no caso da polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pode ser ainda maior do que se supunha, de acordo com reportagem deste sábado (29) do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a publicação, o conselho chegou a tratar no mínimo cinco vezes da aquisição da refinaria em reuniões entre 2006 e 2012, mas levou 21 meses para tomar conhecimento de problemas no contrato e abrir investigação interna para apurar o caso.
Em reunião do dia 13 de junho de 2012, da qual participou a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, foi discutida a omissão de falhas no acordo de compra da primeira metade da refinaria, como a cláusula que assegurava rentabilidade de 6,9% à empresa belga Astra Oil, sócia na compra.
“Pedi que fosse apurado quem tinha enganado o conselho. Mas nada foi feito na época, mesmo porque não era ano eleitoral”, afirmou ao jornal o conselheiro Silvio Sinedino, presente ao encontro.
Ainda assim, a menção à existência das falhas no contrato não foi registrada na ata da reunião, em que também estiveram presentes o ministro da Fazenda e atual presidente do conselho, Guido Mantega, e a ministra do Planejamento, Mirian Belchior.
A Petrobras só abriu investigação interna sobre a compra da refinaria na semana passada, após a presidente Graça Foster ter-se dito surpreendida pela existência de um comitê de proprietários de Pasadena. A estatal era representada pelo então diretor Paulo Roberto Costa, preso neste mês pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
