Dilma conseguiu o que poucos imaginavam, mas a oposição há muito vinha alertando: jogou o país numa recessão, algo que não acontecia desde a crise mundial de 2009. O Brasil não só parou de crescer como agora vê sua produção cair por dois trimestres seguidos.
A queda no segundo trimestre foi de 0,6% em relação ao trimestre anterior. O IBGE reviu o resultado do primeiro trimestre para -0,2%, configurando uma recessão técnica. A crise brasileira é disseminada: exceto a agropecuária (0,2%), a produção de todos os setores recuou no trimestre. De novo a indústria teve os piores resultados. Investimentos caíram 5,3%, ou seja, o futuro também é incerto.
Há poucas semanas Dilma disse que “não sabia” por que o país apresentava números tão ruins, dando a entender que sequer estava preocupada com isso – aliás, tem muita gente no PT que acha que crescer importa pouco mesmo. Mas é bom que fique claro: quando o país cresce pouco, o governo tem menos dinheiro para obras, para hospitais, para escolas, os empregos começam a desaparecer e até a expansão de programas sociais fica mais difícil. Sem o dinheiro do crescimento, tudo fica muito mais complicado.
Foi a este fundo do poço que Dilma nos conduziu. Dilma vai querer culpar o resto do mundo por um problema que é exclusivamente do governo dela. Entre as principais economias que já divulgaram o resultado do segundo trimestre, só o Japão (-1,7%) saiu-se pior que o Brasil. Dos países que já tiveram o PIB de abril a junho conhecido, só Brasil e Itália registram recessão.
O resultado divulgado nesta sexta-feira (29) pelo IBGE não é um ponto fora da curva. No período Dilma, a economia brasileira foi a de menor crescimento entre todas as da América do Sul (6,4%). A Venezuela, que vem em seguida, cresceu quase dobro do que crescemos (11,1%). Na América Latina, a partir de 2011 só ganhamos de El Salvador (5,8%) e, no ranking global, ficamos apenas em 123° lugar.
Quando começou o governo, Dilma e sua equipe previram que o Brasil cresceria, em média, 5% ao ano. Agora não vamos chegar nem a 2%. Em termos econômicos, Dilma é a pior presidente do país desde Fernando Collor, ou seja, em mais de 20 anos. Em 125 anos de República, só conseguiu superar dois presidentes. Com um desempenho assim, a pergunta que fica é: por que dar a ela mais quatro anos de mandato?