Brasília (DF) – Um agente da Polícia Nacional Bolivariana admitiu, nesta quinta-feira (18), haver uma “ação orquestrada” para bloquear a passagem do micro-ônibus utilizado para acompanhar os senadores brasileiros em visita a Caracas para se reunirem com os líderes opositores do governo venezuelano. Segundo o policial, “é evidente que é uma sabotagem”. As informações são da Folha de S.Paulo de hoje.
“É evidente que é uma sabotagem. Quando vem uma autoridade estrangeira, nós os escoltamos em fluxo, contrafluxo ou em qualquer circunstância”, afirmou sem se identificar, dando a entender que a escolta poderia passar por qualquer eventual bloqueio. O veículo que transportava a comitiva ficou parado, impossibilitado de sair do aeroporto Simón Bolívar. Na saída do aeroporto, o micro-ônibus foi cercado por dezenas de partidários do governo, que bateram no veículo gritando: “Chávez não morreu, se multiplicou”.
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que a oposição vai exigir a convocação da presidente Dilma Rousseff para que sejam tomadas as providências cabíveis. “Nós fomos sitiados e impedidos de cumprir o objetivo da nossa missão. Isto é um claro incidente diplomático, e vamos exigir que a presidente Dilma convoque para consultas o embaixador em Caracas [Ruy Pereira] e tome outras providências cabíveis diante dessa situação lamentável”, disse.
Para Aécio, a ação de manifestantes foi uma agressão. “Várias dezenas de manifestantes violentos bateram nos vidros e na lataria da van sem que houvesse segurança que pudesse minimamente dar tranquilidade. Ficamos tentando falar com o embaixador e, sem qualquer contato com o governo, em um momento onde nossa segurança não estava garantida”, reiterou.