O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), disse nesta quarta-feira (19) que a presidente da Petrobras, Graça Foster, mentiu à CPI mista que investiga irregularidades na estatal sobre o pagamento de propina feito pela SBM OffShore, fornecedora de plataformas flutuantes para exploração de petróleo, a funcionários da companhia. Em 11 de junho, Foster negou aos parlamentares do colegiado a informação de que integrantes da estatal tivessem conhecimento desde 2012 das suspeitas de suborno envolvendo a empresa holandesa e representantes da Petrobras.
“Agora, para nossa surpresa, a presidente declara que desde maio deste ano já tinha ofício da SBM indicando o pagamento de propina a funcionários da Petrobras. Lamento dizer que ela mentiu nessa CPI mista”, afirmou Imbassahy durante audiência pública realizada pela comissão e na qual era discutido o regime de contratação da estatal.
Segundo o tucano, Foster não tem mais condições de presidir a petroleira. “Ela perdeu autoridade moral e mentiu para os parlamentares da CPI e para o povo brasileiro”, disse o parlamentar, que cobrou providências ao colegiado sobre o fato. Na semana passada, o Ministério Público da Holanda anunciou o acordo fechado com a SBM Offshore para o pagamento de US$ 240 milhões como punição pela propina distribuída em operações realizadas em Angola, Guiné Equatorial e Brasil, onde os valores envolvidos chegam a US$ 139 milhões.
Mais um diretor
Imbassahy recomendou ao governo que demita o quanto antes o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, acusado pelo seu antecessor no cargo, Paulo Roberto Costa, e pelo doleiro Alberto Youssef de ter recebido “comissões” de empreiteiras contratadas pela estatal. “Já tem dois ex-diretores da Petrobras presos. Tomem cuidado porque um diretor em exercício pode ser preso. Demitam logo esse Cosenza”, advertiu.
Em depoimento de quase três horas à CPI Mista da Petrobras, no dia 29 de outubro, o diretor negou qualquer ligação com Costa e Youssef. Disse ainda que desconhecia qualquer irregularidade cometida pelo antecessor dentro ou fora da estatal.
*Do portal do PSDB na Câmara