A Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (24/02), o requerimento do deputado estadual soldado Prisco (PSDB-BA) que propõe a realização de audiência pública para tratar da violência contra policiais no Estado. Com o tema “Causas e consequências da violência contra o profissional da segurança pública na Bahia”, a Casa abre espaço para discussão com policiais militares e civis, sociedade civil organizada e qualquer outro cidadão que tenha interesse em debater o assunto.
Além dos deputados que integram a Comissão, na qual Prisco é vice-presidente, a composição da mesa terá representantes da OAB, Comando da PM, da Secretaria de Estadual Segurança Pública e da entidade de Direitos Humanos da Anistia Internacional. A data da audiência será definida na próxima reunião da Comissão a ser realizada na próxima terça-feira (3), às 9h30. “Com a iniciativa, pretendemos abrir a Casa para debatermos os dados alarmantes e definirmos estratégias. Cinco militares mortos em menos de dois meses não podem deixar de ser tema de ampla discussão. A violência contra os profissionais da segurança pública deve ser entendida como afronta à segurança”, afirmou o tucano.
O deputado ainda lembra que, em 2014, 29 policiais militares e civis foram mortos por criminosos armados. “Este ano, se seguirmos esta tendência, este índice deve aumentar. Não podemos conceber que nossos servidores tenham que se esconder dentro de suas casas temendo ser vítimas da ação de criminosos. Isso, apenas por serem profissionais da segurança pública”, disse soldado Prisco.
Problemas psicológicos
A média de dois profissionais assassinados por mês reflete o risco enfrentado pelo público todos os dias nas ruas da Bahia. A violência tem provocado sérios problemas na saúde mental dos policiais baianos. No caso dos militares, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), problemas psicológicos, decorrentes do risco da atividade, são a segunda causa de afastamento do público no Brasil. Isso aliado à sobrecarga de trabalho decorrente do déficit de 34% no quadro da corporação (32 mil homens integram a corporação, quando o ideal previsto em Lei Estadual é de 45 mil servidores da segurança pública).
Somente este ano, além do militar Edmilson Baiana Barreto, que era lotado no Batalhão de Guardas de Salvador, também foram assassinados os policiais Leonardo Fernandes Prata, alvejado por assaltantes no dia 12 de fevereiro, no bairro de Engenho Velho de Brotas; Adelci Pereira Lima morto durante um assalto a uma quitanda na BA-210, no povoado de Quixaba, município de Sento Sé, no dia 3 do mesmo mês; o cabo PM Olívio, lotado na 59ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), vítima de bandidos armados que o reconheceram em Monte Gordo, região do município de Camaçari; e o policial militar Anderson Pinheiro, executado no ultimo dia 17 de fevereiro, no município de Alagoinhas, a 116 km de Salvador.