Brasília – 05-05-15
Sobre Petrobras
No momento em que as investigações em relação aquilo que não podemos mais chamar ou aceitar de que sejam chamados de malfeitos. Mas em relação aos crimes cometidos seja na Petrobras ou em outras áreas da administração federal, surpreende a todos nós que dados que poderiam ser importantes para compreendermos a real participação de cada um dos atores desse processo de corrupção sistêmica que tomo conta da maior empresa brasileira pudesse estar vindo à luz.
Fomos realmente surpreendidos com a informação da Petrobras, agora ancorada em um parecer ou em um regulamento do seu Conselho de Administração que temos de respeitar, mas em casos tão graves como esses que ocorreram era preciso sim que a Petrobras tivesse, como acreditamos que possa ter, instrumentos para revivar essas reuniões, para sabermos efetivamente de que forma cada um dos membros do Conselho de Administração da Petrobras atuou, seja naquela compra desastrosa, cujo prejuízo já foi assumido no balanço da própria empresa, ou mesmo em outras reuniões. O que queremos é dar oportunidade até para que injustiças não sejam cometidas e que em especial, a então presidente do Conselho de Administração possa de forma muito clara desanuviar, deixar clareza, transparência em relação ao seu papel naquele danoso episódio.
Sobre prisão de líderes oposicionistas na Venezuela
A razão maior que me traz hoje a essa Tribuna é, na verdade, para fazer coro à manifestação do senador Romero Jucá em relação à manifestação, que cumprimento de V.Exa., em favor da democracia na América Latina e de repúdio, portanto, ao não cumprimento das cláusulas democráticas do Mercosul por parte da Venezuela.
Estive participando, algumas semanas atrás, de um evento na capital do Peru, em Lima, e ali ficou patenteado, claro, como tem sido danosa para a democracia em alguns países da região, como é sentida a ausência de uma palavra mais forte daquela que é a mais sólida economia, o mais populoso país da nossa região. Em todos os pronunciamentos, não apenas de políticos, não apenas de esquerda ou, enfim, não apenas liberais, de todas as matizes ideológicas. Ao lado de sociólogos, ao lado de intelectuais da altura de Mário Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura, todos eram unânimes em cobrar das forças democráticas do Brasil um posicionamento claro em favor da democracia na Venezuela de forma especial, mas também em outros países da região.
O Senado Federal age à altura das melhores tradições dessa casa, mas teremos depois de amanhã, e é esse o convite que faço de público, para que os senhores senadores possam, na quinta-feira a partir das 10 horas da manhã, comparecer e prestigiar a presença entre nós de Mitzy Capriles Ledesma, esposa do prefeito de Caracas que se preso, o prefeito Ledesma, e também de Lilian Tintori López, esposa de Leopoldo López, um dos principais líderes da oposição, já há um ano e um mês presos.
Os relatos, e todos nós aqui temos a capacidade de nos sensibilizar com aquilo que é real e também de manifestar a nossa repulsa com aquilo que é fantasioso que é artificial, os senhores que lá estiverem, e faço um convite em especial para os senadores do PT, democratas que são acredito todos eles, os senhores ouvirão o testemunho real das esposas desses oposicionistas sobre o que vem acontecendo na Venezuela. Não é aceitável que nós sejamos contemporâneos em países vizinhos de presos políticos presos única e exclusivamente porque manifestam a sua opinião, manifestam a voz da sua consciência e lutam por um país diferente. Portanto, o Brasil tem sim responsabilidade com a democracia tão duramente conquistada na nossa região em muitos dos países.
E o Senado Federal tem a oportunidade de, suprindo essa lacuna do governo federal, ser a voz do Brasil. Suprapartidária, como deve ser. Para que, de alguma forma, se sensibilizem as autoridades daquele país que não é objetivo de nenhum de nós, de nenhuma das forças que se manifestaram nesses encontros a derrubada do governo, lá constituído e eleito. Absolutamente nada disso querem, inclusive, essas lideranças. Mas não é possível que voltemos aos tempos mais obscuros da nossa região, onde adversários políticos são tratados nas masmorras como inimigos e como criminosos. Portanto, é uma bela oportunidade que se apresenta ao Congresso Nacional, ao Senado em especial, e tenho certeza que V. Exa. se fará presente e, com a responsabilidade institucional que tem, será, ao lado de todos nós, a voz do Senado Federal clamando por liberdade, clamando por democracia na Venezuela.