Brasília (DF) – O deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT) criticou a decisão do deputado licenciado André Vargas (PT-PR) de desistir de renunciar ao mandato. O recuo do parlamentar ocorreu após interpretação do Conselho de Ética da Câmara de que a renúncia não interrompe o processo de cassação aberto no órgão. Para o tucano, Vargas não está preocupado com a ética e a moral.
“É uma decisão de alguém que não tem nenhuma cumplicidade com o lícito, o legal, o moral e o ético. Quando ele percebeu que não renunciando ele continuará ficha suja e o processo seguirá ele resolveu recuar”, disse. “Essa é uma demonstração clara do modelo que o PT usa para fazer política”, completou.
Vargas é suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff, preso em operação da Polícia Federal sob suspeita de participação em esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. O petista renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara e pediu licença de 60 dias após reportagens revelarem sua ligação com Yousseff.
De acordo com Leitão, a renúncia seria uma forma de Vargas reconhecer que errou. “A renúncia é uma questão de foro íntimo. Ele é um homem público que foi flagrado no ilícito, fazendo coisas erradas com o dinheiro público, se associando ao crime. A não renúncia é uma prova cabal do caráter petista de sempre achar um jeitinho”, destacou.
Reconhecimento
Para o líder do PSDB em exercício, Vanderlei Macris (PSDB-SP), a corrupção é questão frequente entre os petistas. “O PT tem um problema sistêmico de corrupção dentro do seu governo. É importante que o Brasil tenha consciência da necessidade de mudança desse modelo. Isso não pode continuar mais”, declarou. O processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética foi motivado por representação dos partidos de oposição PSDB, DEM e PPS.
Relator do caso, o deputado Julio Delgado (PSB-MG) solicitou hoje à Polícia Federal acesso à parte do inquérito da operação Lava Jato que detalha a suposta ligação do parlamentar do PT com Yousseff. Segundo Delgado, a PF se colocou à disposição para oferecer os documentos, desde que os deputados obtenham uma autorização judicial.
Do PSDB na Câmara