Brasília – A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, divulgada ontem (24), revelou que Salvador já ocupa o segundo lugar em piora de engarrafamentos do Brasil, por causa do tempo gasto pelos baianos para se deslocar de casa para o trabalho, em média 39,7 minutos. De acordo com a PNAD, em 1992 o mesmo percurso era feito pelos soteropolitanos em 31,2 minutos e o número de pessoas que demora mais de uma hora para chegar ao trabalho saltou de 8,3% para 17,3%, entre 1992 e 2012. “É um caos” resumiu o presidente da Câmara Municipal de Salvador, vereador Paulo Câmara (PSDB).
A pesquisa, que repercutiu amplamente na imprensa baiana, constatou que a piora do trânsito ocorre por causa da precariedade do sistema de transporte público local e pelo aumento de carros e motos na região Nordeste. O trânsito de Salvador está quase tão parado quanto os do Rio de Janeiro e São Paulo, onde os moradores levam, em média, mais de 45 minutos para se deslocar de casa até o trabalho.
DESASTRE
“Esse desastre é resultado direto dos 10 anos de Governo do Estado e Federal sob o comando do PT sem nenhum investimento em mobilidade urbana. O PT não investiu nada, nem no básico, através do alargamento de ruas e calçadas para viabilizar ciclovias e assegurar maior velocidade para os pedestres, nem no macro, via corredores de ônibus e metrô”, apontou Paulo Câmara.
Ele acrescentou que até hoje o Governo Federal não concluiu sequer os 6 km do metrô Salvador, “que liga alguma coisa a lugar nenhum”. O presidente do Legislativo de Salvador lembrou ainda que a última intervenção nessa área foi feita entre os anos 2000 e 2002, pelo então prefeito da capital baiana, Antônio Imbassahy (PSDB), hoje deputado federal. “Quando era prefeito, Imbassahy construiu a Avenida Luís Eduardo Magalhães e a Avenida Glauber Rocha, a quarta pista da Paralela e a requalificação da Avenida Manoel Dias de Sá, além de nove viadutos”, pontuou o tucano.
CALÇADAS SÃO ALTERNATIVA
Na opinião de Paulo Câmara, a solução imediata mais eficiente para o caos no trânsito de Salvador, já que 33% da população baiana se desloca a pé para ir trabalhar, é alargar e desafogar as calçadas. “Isso pode ser feito no dia a dia, com medidas simples, como tirar do meio da calçada uma banca de revista, um orelhão, um camelô, ou seja, legalizando a cidade, que é pública e pertence ao pedestre, que pode também, com as ciclovias, pegar uma bicicleta, até mesmo as elétricas, e se deslocar para onde precisa ir”, complementou.
