Brasília (DF) – Após quase dois anos de recessão e a perspectiva do fim definitivo do mandato da presidente Dilma Rousseff nesta semana, especialistas já afirmam,quase unanimemente, que a economia começa a reagir, depois de ter batido no fundo do poço. Segundo levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sete dos 10 principais setores que fazem a roda do crescimento girar já esboçam recuperação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo deste domingo (28).
O estudo aponta que há outro consenso entre os economistas: a robustez e a velocidade da retomada estão nas mãos do governo. O ponto de partida de um novo ciclo virtuoso é o ajuste fiscal nas contas públicas.
A avaliação geral é que o ajuste será deslanchado após o julgamento do impeachment, com a definição de quem nancará medidas duras de cortes de gastos. Prévias do Produto Interno Bruto (PIB) já mostram que alguns setores, em especial na indústria, reagiram no segundo trimestre. A expectativa é que os dados oficiais do PIB, que serão divulgados nesta semana, já apontem uma retração menor da economia, perto de 0,2%.
De acordo com o jornal, especialistas avaliam que reações pontuais, como a alta média de 2,4% em têxteis e calçados e de 0,9% no setor automotivo, em especial graças às exportações, devem contribuir para esse resultado. Também deve pesar a favor o avanço de 1,3% no setor químico, impulsionado pela reposição de estoques.
Para o economista do Itaú Unibanco Caio Megale, a recuperação econômica virá de duas frentes. Segundo ele, uma parte ficará por conta da “regeneração natural do tecido econômico”. “Os eventos esportivos pautaram a recessão: ela começou depois da Copa e tudo indica que se encerra na Paralimpíada”, disse.
Ainda segundo os economistas, a recuperação natural da economia só vai se sustentar se for acompanhada pelo ajuste fiscal. Isso porque as contas públicas balizam a percepção de risco dos investidores em relação à capacidade de o governo pagar a dívida pública. Contas no azul, risco menor. Contas no vermelho – como agora –, risco maior. A percepção de risco também influencia a taxa de juros. Esses, por sua vez, balizam o crédito, fundamental para amparar consumo e investimento, molas propulsoras do crescimento.
“O ajuste fiscal é a primeira condição para o crescimento – e isso está na mão do governo”, afirmou o economista Affonso Celso Pastore, sócio-fundador da A.C. Pastore & Associados e ex-presidente do Banco Central.
Do Portal PSDB Nacioanal