As fortes oscilações enfrentadas pelos papéis da Petrobras na Bolsa de Valores nos últimos dois dias são consideradas pelos tucanos a evidência incontestável de que a estatal beira o colapso diante de um governo inerte. Na segunda-feira (15), as ações caíram quase 10%. Nesta terça, fecharam no azul após pregões consecutivos de queda. No ano, as perdas acumuladas atingem 40%.
Segundo o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), a presidente Dilma Rousseff comete um crime ao não tomar nenhuma atitude para estagnar a sangria da empresa. “Não é possível que a situação permaneça seguindo nesse curso tão desagradável e constrangedor. É escândalo atrás de escândalo, e o governo nada faz. É inacreditável”, disse o tucano nesta terça-feira (16), no Plenário da Casa.
Para Imbassahy, a petista indicou Graça Foster para promover mudanças pontuais na companhia, sem comprometer os vários acordos políticos que a sustentam na Presidência da República. “Parece que a Graça foi nomeada presidente da Petrobras para corrigir algumas coisas, mas, por ordem da Dilma, não avançou muito para não prejudicar os companheiros”, declarou o parlamentar, que há semanas cobra a destituição da titular e dos demais diretores da estatal.
Ele citou alguns episódios comprometedores protagonizados pela executiva no Congresso. Entre eles, a defesa da compra da refinaria de Pasadena (EUA) e a omissão de informações a respeito do pagamento de propina da SBM Offshore a funcionários da Petrobras. “O que nos resta concluir é que Dilma está sem condições de demitir a Graça”, afirmou o líder.
Vergonha histórica
Da tribuna da Câmara, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) também lamentou a crise na qual foi mergulhada a estatal. “O Brasil é um país que tem tudo para dar certo. Mas, lamentavelmente, nada dá certo. E agora o país está tomado pela corrupção na Petrobras – o maior escândalo da história.”
Na mesma ocasião, o deputado Marcus Pestana (MG) atribuiu os apuros pelos quais a companhia passa à distorcida perspectiva petista que se instalou no poder. “O PT nasceu em nome da ética e do trabalhador. Mas se perdeu na visão de que os fins justificam os meios. Ou seja, tudo é válido em nome da sustentação de um suposto projeto de transformação da sociedade”, disse.
Economias em perigo
No Facebook, o deputado Otavio Leite (RJ) destacou que a grave situação da Petrobras diante do mercado coloca em risco as economias de milhares de trabalhadores que investiram o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em ações da petrolífera. “É realmente muito triste o que está acontecendo. Até onde vai isso tudo?”, questionou o parlamentar, que prevê mais turbulências no Brasil quando for divulgada a delação premiada do doleiro Alberto Youssef. “Deve mostrar que a corrupção vai muito além da Petrobras, podendo incluir BNDES, Eletrobrás e outras estatais.”
Do Portal do PSDB na Câmara, com informações do portal G1