Passada a fase de oitiva dos empreiteiros envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, a CPI que investiga o esquema precisa de uma nova dinâmica para aprofundar as apurações. A defesa foi feita pelos deputados Antonio Imbassahy (BA) e Izalci (DF) nesta terça-feira (2).
Os tucanos participaram de audiência na qual seriam ouvidos os últimos executivos: Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente da Construtora Mendes Júnior, e Dario Queiroz Galvão Filho, presidente da Galvão Engenharia, denunciados por pagamento de propina e lavagem de dinheiro. Ambos recorreram ao direito constitucional de permanecerem calados.
Balanço
Vice-presidente do colegiado, Imbassahy disse que o período de oitiva dos empreiteiros acabou frustrando os trabalhos da CPI, já que a maioria, por estar em prisão domiciliar, optou pelo direito ao silêncio. Apesar disso, o tucano avalia que a comissão não podia se furtar de convocar os executivos e por isso essa fase era importante. Além disso, o parlamentar ressalta que a maioria dos empresários já prestou informações à Justiça.
Durante esse período, os parlamentares inspecionaram obras e estiveram na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. Conforme lembrou Imbassahy, outro importante momento foi a visita ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Segundo o tucano, da conversa com o magistrado ficou evidenciada a necessidade de se aperfeiçoar a legislação. “Há várias brechas para serem fechadas quanto à remessa de recursos para o exterior. Outro ponto é a questão da delação premiada, cuja legislação precisa ser aprimorada”, defendeu.
Próximos passos
Segundo Imbassahy, haverá uma nova e importante dinâmica com a próxima fase da CPI. O tucano avisou que durante a última reunião fechada do colegiado ficou definido que na quinta-feira (11) serão votadas novas quebras de sigilos e convocações. A CPI pretende convocar o ex-ministro da CGU Jorge Hage, dirigentes do Banco Central, Banco do Brasil e Coaf. Devem ser aprovadas ainda a ida dos parlamentares aos estaleiros com obras paralisadas e a acareação entre envolvidos no esquema de corrupção, já ouvidos pelo CPI individualmente.
Na avaliação de Izalci, as acareações são indispensáveis para otimizar os trabalhos da CPI. O tucano também defende o compartilhamento das quebras de sigilo já efetuadas pela Justiça. “Dessa forma teremos como checar informações e chegar à origem de recursos”, alertou.
Omissão da CGU
Ainda de acordo com o deputado, é preciso buscar esclarecimentos do porquê de a CGU não ter tomado providências quando foi informada de irregularidades na Petrobras, como ficou constatado durante a ida dos deputados a Londres. Na ocasião, o advogado Jonathan Taylor disse ter entregue ao órgão de fiscalização do governo brasileiro informações sobre o pagamento de propina a diretores da Petrobras e agentes políticos em troca de contratos. A CGU é acusada de não ter tomado providências em função das eleições presidenciais.
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