
Foto: George Gianni
Além do repúdio ao massacre, o atentado dos terroristas levou multidões às ruas francesas e de todo mundo com um grito uníssono de “Liberdade de expressão!” e um slogan que ganhou as redes sociais, as camisas e as ilustrações: “Je suis Charlie” (Eu sou Charlie). Sim, todos nós somos “Charlie”. Todos nós usamos a nossa inteligência, o nosso senso de humor para expressar opiniões, descontentamentos, para registrar de maneira sutil, irônica, sarcástica, aquilo que percebemos e criticamos.
É a liberdade de expressão, o respeito às opiniões diferentes e às diversidades de nossas crenças políticas e religiosas que permite a salutar convivência democrática. Sem ela, não há convivência possível, não há como existir o contraditório, não há democracia.
O presidente francês François Hollande resumiu bem esse sentimento ao dizer, ainda no calor da tragédia, que seu país passou por essa situação por ser democrático: “A França é ameaçada porque somos um país de liberdade”. A liberdade de maneira geral, a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa são irmãs inseparáveis, ligadas umbilicalmente para a formação de um regime verdadeiramente democrático, de uma nação livre.
Não há como aceitar qualquer tipo de terrorismo obscurantista ou de ameaça intimidatória para cercear a liberdade de expressão. O ataque ao “Charlie Hebdo” é uma agressão à democracia, é um gesto autoritário, totalitário, de quem não aceita opinião, crença ou ideia diferente.
Por isso, no Brasil, precisamos estar atentos e vigilantes a qualquer tentativa de “regulamentar” a imprensa, como pretende o governo petista de Dilma Rousseff. Querer regulamentar a imprensa é agredir o direito de cada um e de todos nós de sermos informados, de convivermos com diferentes ideias, ideais e aceitarmos pontos de vistas distintos dos nossos.
Sem liberdade de imprensa, sem liberdade de expressão não há cidadania, não há democracia. Tentar regulamentar a mídia é um ato criminoso aqui, no Brasil, ou em qualquer outro lugar no mundo. Somente estados tiranos, como Coreia do Norte e Cuba, impõem pensamentos únicos, com partido único.
O melhor antídoto para combater essa nefasta ação do governo Dilma é mostrar à sociedade os riscos que corremos sem liberdade de expressão. Para isso, devemos recorrer a um famoso filosofo francês, Voltaire:“Eu posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo”.
Não há lição maior do que essa!
*Solange Jurema, presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB