A polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006 pela Petrobras acaba de ganhar contornos mais obscuros. Segundo reportagem desta quarta-feira (19) do jornal O Estado de S. Paulo, o Conselho de Administração da companhia só teria autorizado a aquisição de metade das ações da refinaria por influência de um parecer técnico “juridicamente falho”.
A então ministra de Minas e Energia e dirigente do conselho, a presidente Dilma Rousseff votou favoravelmente pelo negócio, investigado pela Polícia Federal, Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público e Congresso por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas.
“É preciso que o governo responda por isso”, avaliou o senador tucano Alvaro Dias (PR). “A Petrobras é um patrimônio do povo brasileiro, que não pode ser dilapidado da forma como vem sendo pelo atual governo”.
De acordo com o jornal, cláusulas do contrato obrigaram a estatal a adquirir posteriormente a outra metade da refinaria, compartilhada com uma empresa belga. A compra acabou saindo por US$ 1,18 bilhão, o equivalente a cerca de R$ 2,76 bilhões.
Endividamento
Alvaro Dias lembrou que a Petrobras é uma das empresas com o maior nível de endividamento em âmbito internacional.
“Sua dívida já ultrapassa os U$S 103 bilhões. Isto é inusitado, sobretudo em nosso país. Desde 2009, trabalhamos contra a incompetência, a gestão claudicante e temerária na empresa. Propusemos uma CPI que foi absolutamente dominada pela presidência da República, que impediu as investigações sobre a compra da refinaria”, disse.
“Desde então, protocolei 19 representações junto ao procurador-geral da República, denunciando irregularidades, ilícitos e corrupção. A causa já é conhecida há bastante tempo. Desde 2009, pelo menos, nós estamos denunciando a irresponsabilidade de gestão na Petrobras. Hoje, estamos apenas constatando as consequências”, acrescentou.