O empresário e amigo do ex-presidente Lula Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai, preso pela Lava Jato, admitiu nesta terça-feira (15), em depoimento à Polícia Federal (PF), que o empréstimo de R$ 12 milhões tomado junto ao banco Schahin foi destinado ao PT. Ele foi transformado em réu pelo juiz Sérgio Moro na Operação Lava-Jato.
Durante a confissão, Bumlai afirmou que outros empréstimos, como o dele, foram tirados no banco, em nome de laranjas, com o objetivo de financiar campanhas para o partido da presidente Dilma Rousseff. Ele nega o envolvimento do ex-presidente Lula nas negociatas entre a estatal e o banco.
O deputado Nilson Pinto (PSDB-PA) acredita que Bumlai está tentando proteger Lula das acusações. “A tentativa de blindagem que o Bumlai faz hoje em relação ao Lula é absolutamente descabida e não é mais crível. Ninguém mais acredita nisso. Até porque essa história foi contada parte a parte, por pedaços até compor esse todo”, relata.
Para o tucano é impossível desvincular o ex-presidente dessa história. “O Lula está 100% envolvido. O que nós precisamos agora é que o Ministério Público tome coragem e faça o que tem que ser feito, que é o que a população espera, mande prender o Lula. Ele é o mentor e principal interessado nessa história”, observa.
Esse é o segundo depoimento do pecuarista às autoridades desde que foi preso.
Além de Bumlai, que responderá por gestão fraudulenta e corrupção, outros dez envolvidos viraram réus. Entre eles, o ex-tesoureiro do PT JoãoVaccari; Maurício Bumlai e Cristiane Bumlai, filho e nora respectivamente do amigo de Lula; os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Jorge Zelada; o lobista Fernando Soares, o Baiano; e três sócios do Grupo Schahin, Fernando, Milton e Salim Schahin.