Brasília (DF) – O acolhimento do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff atingiu em cheio o mercado financeiro. O dólar comercial recuou nessa quinta-feira (3), para R$ 3,749, e a Bolsa subiu 3,29%. Na avaliação de analistas, o bom desempenho reflete a projeção inicial de investidores de que a saída de Dilma seria positiva para a economia. As informações são do jornal O Globo desta sexta-feira (4).
A decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi anunciada após o fechamento dos mercados na última quarta-feira (2). Segundo o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves, “existe uma percepção de que o que é ruim para a presidente é bom para o mercado”.
O jornal citou ainda que as ações preferenciais da Petrobras subiram 6,11%, cotadas a R$ 7,98, e as ordinárias avançaram 3,48%, a R$ 9,80. Na quarta-feira, os recibos de ações da estatal negociados na Bolsa de Nova York já haviam registrado forte alta após o anúncio de Cunha.
Agilidade
De acordo com a reportagem da Folha de S. Paulo de hoje, foram ouvidos 14 representantes da indústria, comércio, agronegócio e dos trabalhadores (centrais sindicais) sobre o pedido de impeachment. A maioria preferiu não comentar se prefere uma mudança no Planalto,mas todos demonstram muita insatisfação com a crise política e pedem uma saída urgente para ela.
Eles avaliaram que o país está parado devido a impasses políticos e, para evitar agravamento da recessão, pedem agilidade dos parlamentares na avaliação do pedido. “Independentemente do resultado, é imprescindível que essa questão seja resolvida o quanto antes”, disse o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti.