Brasília (DF) – As falhas na economia brasileira levaram a arrecadação previdenciária a uma queda brusca, e o rombo dos fundos de pensão mais que dobrou em um ano. Segundo reportagens publicadas nesta terça-feira (19/01) pelo jornal O Estado de S. Paulo, um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) mostra que o recuo da arrecadação da contribuição para a Previdência Social em dezembro do ano passado chegou a 8,7%. Ao longo de 2015, a queda foi de 6,7%.
Ao mesmo tempo em que os dados indicam uma tendência de piora na arrecadação, por conta do aumento do desemprego, o rombo nos fundos de pensão chegou ao déficit acumulado recorde de R$ 60,9 bilhões em setembro de 2015. No mesmo período de 2014, o déficit era de R$ 28,7 bilhões, segundo a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).
De acordo com o jornal, o déficit, que fechou 2014 em R$ 31 bilhões, ganhou escala ao longo do ano passado. De R$ 36,4 bilhões no primeiro trimestre, subiu para R$ 45,8 bilhões no segundo e chegou a R$ 60,9 bilhões no terceiro – crescimento de 96% apenas entre janeiro e setembro.
Irregularidades
As entidades que gerenciam os fundos de pensão alegam que os investimentos renderam menos em 2015 por conta da crise econômica e da queda da Bolsa de Valores. Ainda assim, vale lembrar que casos de fraude e má gestão dos fundos motivaram, com o apoio do PSDB, a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara para a apuração de irregularidades.
Um exemplo dos investimentos sob suspeita é o que envolve a Sete Brasil, empresa criada para fornecer sondas para a Petrobras e que, junto com a estatal, é um dos alvos da Operação Lava Jato. A empresa, que está prestes a pedir recuperação judicial, tem como sócios alguns dos maiores fundos de pensão do país: Previ, do Banco do Brasil; Petros, da própria Petrobras; e Funcef, da Caixa Econômica Federal.