Brasília (DF) – O Ministério Público Federal acusou o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, de ter acertado com o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso ontem (25), o pagamento de R$ 4 milhões ao advogado Edson Ribeiro, contratado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Os repasses tinham o intuito de fazer com que o investigado não firmasse acordo de delação premiada na Operação Lava-Jato. As informações são do jornal O Globo desta quinta-feira (26).
De acordo com a reportagem, a alternativa seria Cerveró assinar o acordo, mas não mencionar nem Delcídio ou Esteves nos depoimentos. O filho do ex-executivo da estatal, Bernardo Cerveró, teria recebido repasses de R$ 50 mil de cada. O restante da família receberia a mesma quantia mensal como recompensa.
A acusação embasou o pedido de prisão temporária de Esteves formulado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Fica explícita a atuação criminosa do senador Delcídio Amaral, que relatou tratativas com André Esteves, controlador do Banco BTG Pactual, para que aporte recursos financeiros para a família de Nestor Cerveró”, afirmou.
O procurador escreveu ainda nos pedidos de busca e apreensão referentes ao banqueiro que parte dos recursos seria dissimulada na forma de honorários. “Ao menos parte desses recursos seria dissimulada na forma de honorários advocatícios a serem convencionados em contrato de prestação de serviços de advocacia entre André Esteves e/ou pessoa jurídica por ele controlada com o advogado Edson Ribeiro”, completou.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Ribeiro advoga para Cerveró e foi “cooptado” para o suposto esquema de Delcídio. Além do senador, o banqueiro André Esteves também foi preso ontem.