Cresce as chances do Brasil perder o grau de investimento em mais uma agência de classificação de risco. Segundo informações do jornal O Globo, o diretor do Departamento Econômico do Bradesco, Octavio de Barros, afirmou que a probabilidade aumentou na semana passada devido ao crescimento da instabilidade política.
Durante evento do Bradesco a investidores, o diretor afirmou que “aumentou um pouco a probabilidade de ter um segundo rebaixamento depois dos eventos recentes, que aumentaram a incerteza política”, mas não citou a prisão do senador petista Delcídio Amaral e do banqueiro André Esteves.
O Brasil já havia sido rebaixado, no último dia 9 de setembro, pela Standard & Poor’s. A nota do país foi rebaixada de “BBB-” para “BB+”, com perspectiva negativa. O rebaixamento do rating para a categoria “especulativa” aconteceu menos de 50 dias após a agência ter mudado a perspectiva para negativa. Já na Fitch e na Moody’s, o Brasil ainda mantém o selo de bom pagador, mas apenas com uma nota acima do nível especulativo.
Na avaliação de Barros, segundo o jornal, para evitar a perda para mais uma agência, seria necessária aprovação até março ou abril de medidas relevantes de ajuste fiscal e da redução da incerteza política. A perspectiva do Bradesco é que a retomada econômica só ocorra a partir de 2017, mesmo assim com um crescimento de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) após dois anos seguidos de recessão.
Para o diretor, os eventos atrelados aos escândalos de corrupção deverão afetar no curto prazo o desempenho econômico, mas no médio e longo prazo poderão elevar o PIB potencial. Já os juros, poderiam cair a partir de meados de 2016, isso se houver o controle da inflação, chegando a 12,5% ao ano. Atualmente, a taxa Selic está em 14,25%.