A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou nesta quarta-feira (26) requerimento que convida Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, para prestar esclarecimentos sobre a desastrosa operação de compra da refinaria de Pasadena pela estatal brasileira.
O pedido foi apresentado pelo líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), pelo 1º vice-líder, Vanderlei Macris (PSDB-SP), e o líder do DEM, Mendonça Filho (PE). Outras três comissões avaliarão nesta quarta pedidos semelhantes apresentados por parlamentares tucanos.
Os tucanos querem, especialmente, detalhes sobre a reunião do Conselho de Administração da Petrobras ocorrida em 3 de fevereiro de 2006 que aprovou a compra da refinaria com base em Sumário Executivo apresentado por Cerveró e elaborado em conjunto com a Área de Refino e Abastecimento da estatal. Integrante do colegiado na época, Dilma Rousseff aprovou o negócio, mas na semana passada alegou que o documento tinha falhas técnicas.
A negociação gerou o movimento da da oposição para a criação da CPI da Petrobras no Congresso. Em 2012, a estatal desembolsou US$ 1,18 bilhão para a compra da refinaria de Pasadena no Texas, EUA, sendo que sua ex-sócia belga no empreendimento, a Transcor/Astra, havia pago US$ 42,5 milhões sete anos anos.
Contradições
Como destaca o requerimento, o negócio permanece cercado de dúvidas e afirmações contraditórias entre ex-dirigentes da Petrobras e a própria presidente da República. A petista jogou a responsabilidade pelo desastroso negócio sobre ex-dirigentes e indiretamente em seu próprio corpo técnico reconhecido internacionalmente pela sua alta qualificação.
Para Macris, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, que será ouvida no Senado, deve prestar esclarecimentos em uma audiência dedicada exclusivamente para ela. “Foster tem nível de responsabilidade diferenciada e tem que ser ouvida de forma individualizada. Não dá para desconsiderar que a vinda de Cerveró se dá de forma diferente, porque ele tem um parecer que teria induzido a presidente ao erro. Há necessidade de esclarecimento tanto dela quanto dele”, disse.
Cerveró sinalizou que está disposto a dar a sua versão sobre o péssimo negócio de US$ 1,18 bilhão. A transação é objeto de investigação pelo Tribunal de Contas da União, Polícia Federal e Ministério Público.