Brasília (DF) – A comitiva da presidente Dilma Rousseff protagonizou, nesta semana, mais um caso de uso indiscriminado de verbas em viagens internacionais. Desta vez, o Itamaraty reservou uma suíte presidencial e cerca de 30 apartamentos no Hotel Ritz Carlton (foto), de Santiago, para a posse da presidente chilena Michelle Bachelet. O problema é que os quartos nem chegaram a ser utilizados, mas o governo deverá arcar com os custos de acomodação: R$ 124.604, tomando como base os preços do site do hotel.As informações são de reportagem desta quinta-feira (13) do jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a publicação, a presidente Dilma e sua comitiva optaram por hospedarem-se no Hotel Sheraton Miramar, em Viña del Mar. A cidade é vizinha à Valparaíso, sede do Congresso chileno e local da posse de Bachelet.
Segundo funcionários do Hotel Ritz Carlton, os quartos ficaram reservados, à espera da mandatária brasileira, entre os dias 9 e 12 deste mês.
Contradições
Para o presidente regional do PSDB de São Paulo, o deputado federal Duarte Nogueira (SP), o fato revela as constantes contradições que permeiam os discursos da administração petista.
“Mostra a total contrariedade entre discursos. Um que pede austeridade, corta investimentos no orçamento da União e deixa de fazer investimentos em escolas e saúde e, na outra ponta, outro que promove desperdícios de forma perdulária”, disse.
Moralidade
O parlamentar avaliou que a soma de gastos do governo PT em viagens internacionais “vai contra os princípios da moralidade da gestão pública, que pressupõem transparência no que envolve dinheiro do contribuinte”.
“Não existe política pública melhor que aplicar o dinheiro da população com responsabilidade. O que o governo Dilma faz hoje reflete o desrespeito que essa gestão tem pelo povo. Passa das vias da normalidade e das regras da sensatez”, acrescentou Duarte.
Mau exemplo
O primeiro secretário da Câmara, deputado federal Márcio Bittar (PSDB-AC), ressaltou que a presidente Dilma Rousseff dá um mau exemplo à sociedade brasileira.
“Gastam milhões de reais para empréstimos a outros países, para a construção de um porto em Cuba. Dinheiro da União. Mas não se preocupam com os gastos astronômicos dessas viagens internacionais, dinheiro jogado fora que para eles não representa nada”, criticou.
“É um verdadeiro vale tudo. Todo mundo se nivelando por baixo, o que tem muito a ver com o mau exemplo que vem do Planalto Central”, completou.